segunda-feira, 24 de junho de 2013

Breves meditações para você - Charles Spurgeon


A Loucura de julgar a Palavra de Deus

"O que teme o mandamento será galardoado."

Provérbios 13.13

Um santo temor da Palavra de Deus está em grande descrédito. Os homens se acham mais sábios do que a Palavra do Senhor e vivem a julgá-la. Aceitamos o Livro inspirado por Deus como infalível e comprovamos nossa apreciação do Livro por meio de nossa obediência. "Eu assim não fiz, por causa do temor de Deus" (Nm 5.15). Não sentimos terror da Palavra, e sim um filial temor para com ela. Não temos medo de suas penalidades, porque tememos os seus mandamentos.

Este santo temor dos mandamentos produz a quietude da humildade, que é mais agradável do que a imprudência da soberba. Este temor se nos torna um guia em nossa jornada, uma trava, quando estamos descendo a colina, e um estímulo, quando a estamos subindo. Preservados do mal e conduzidos à justiça por meio de nosso temor ao mandamento, obtemos uma consciência tranqüila, que é um manancial de regozijo; ganhamos um senso de isenção da culpa, que significa vida dentre os mortos; e adquirimos uma confiança de agradarmos a Deus, que equivale ao céu na terra.

Os ímpios podem zombar de nossa profunda reverência pela Palavra de Deus; mas o que significa isto para nós? O preço de nossa vocação sublime é uma consolação para nós. As recompensas da obediência nos fazem escarnecer do escárnio dos escarnecedores.

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Quando a Tempestade vem  
 
"Tu me tens sido refúgio e torre forte contra o inimigo." Salmos 61.3

Nós sabemos quem é este Refúgio. Quem poderia ser, além do segundo Adão, o Senhor dos céus, o Homem de Dores, o Filho do Homem? Que precioso lugar de refúgio Ele tem sido para o seu povo! Ele mesmo suporta toda a força do vento e, assim, protege aqueles que se escondem nEle. Deste modo, temos escapado da ira de Deus e escaparemos da ira dos homens, das inquietações desta vida e do terror da morte. Por que permanecemos ao vento, quando podemos, com segurança, fugir dele imediatamente por escondermo-nos no Senhor? Hoje corramos para Ele e fiquemos em paz.

Freqüentemente surgem os ventos habituais da provação, em sua força, e tornam-se uma tempestade, varrendo tudo à sua frente. Coisas que pareciam firmes e inabaláveis tremem com a rajada do vento; e muitas são as quedas de nossa confiança carnal. Nosso Senhor Jesus, o homem glorioso, é um refúgio que nunca pode ser derrubado. Em Cristo, nós mesmos podemos contemplar a tempestade varrendo tudo e descansar em deleitável serenidade.

Neste dia, refugiemo-nos em nosso esconderijo, as- sentemo-nos e cantemos sob a proteção de nosso Refúgio. Bendito Jesus! Bendito Jesus! Como Te amamos! E o fazemos com certeza, pois Tu és um refúgio contra a tempestade.

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Bendito espinho na carne
 
"A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza." 2 Coríntios 12.9

Nossa fraqueza deve ser valorizada como algo que dá lugar ao fortalecimento que procede de Deus. Jamais teríamos conhecido o poder da graça divina, se não tivéssemos sentido a fraqueza de nossa natureza. Bendito seja o Senhor pelo espinho na carne e pelo mensageiro de Satanás, quando estes nos levam ao fortalecimento que procede de Deus.

Esta é uma promessa preciosa feita pelos lábios do Senhor mesmo. Ela me tem feito sorrir de regozijo. A graça de Deus é suficiente para mim! Devo pensar que isto é verdade. Os céus < não são suficientes para as aves; e os oceanos, para os peixes? Aquele que é todo-suficiente satisfaz plenamente as minhas necessidades mais amplas. Aquele que é suficiente para os céus e a terra certamente é capaz de atender o caso de um pobre verme como eu.

Portanto, recorramos ao nosso Deus e à sua graça. Se Ele não remover nossa aflição, nos capacitará a suportá-la. Seu fortalecimento será derramado em nós, até que o verme galgue as montanhas, e o insignificante seja vencedor sobre os nobres e poderosos. Para nós é melhor possuirmos a suficiência de Deus do que a nossa própria; pois, se fôssemos dez mil vezes mais poderosos do que somos, isto nada significaria diante do inimigo. E, se fôssemos mais fracos do que somos, o que raramente é possível, poderíamos fazer todas as coisas por intermédio de Cristo.

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É difícil se humilhar?  

"O que se humilha será exaltado." Lucas 18.14

Não deveria ser difícil para nós mesmos nos humilharmos, pois do que podemos nos orgulhar? Temos de assumir o lugar mais simples, sem que alguém nos diga que devemos fazer isso. Se formos honestos e sensíveis, seremos insignificantes em nossa própria avaliação. Especialmente diante do Senhor, quando estamos em oração, nos sentiremos como nada. Ali, não podemos falar a respeito de méritos, pois não temos nenhum. Nosso apelo único e exclusivo deve volver-se à misericórdia: "O Deus, sê propício a mim, pecador" (Lc 18.13).

Esta é uma promessa estimulante, procedente do trono de Deus. Seremos exaltados pelo Senhor, se nos humilharmos. Para nós o caminho da exaltação é a humilhação. Quando ficamos despidos de nosso "eu", somos vestidos com humildade; e essa é a melhor das vestimentas. O Senhor nos exaltará em paz e felicidade de espírito. Ele nos exaltará ao conhecimento de sua vontade e à comunhão consigo mesmo. O Senhor nos exaltará no gozo da justificação e do perdão dos pecados.

Deus coloca as suas honras sobre aqueles que são capazes de vesti-las, para a glória do seu Doador. Ele dá utilidade, aceitação e influência àqueles que não se orgulharão por tais coisas e, ao contrário disso, sentir-se-ão humildes pelo senso de sua grande responsabilidade. Nem Deus, nem os homens se importam em exaltar a pessoa que exalta a si mesma; todavia, tanto Deus quanto os homens bons unem a honra à dignidade modesta. O Senhor, humilha-me, para que eu seja exaltado em Ti. 

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A força de Deus será suficiente para você!

 
“Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar” Isaías 63:1

Por “salvar” entendemos todo o processo da grandiosa obra da salvação, desde o primeiro desejo santo até a completa santificação. As palavras são  multum in parvo (muito pequenas): sem dúvida, toda a misericórdia se encontra nesta única palavra. Cristo não é somente "poderoso para salvar" aqueles que se arrependem, mas Ele também é capaz de fazer com que os homens se arrependam. Ele conduzirá aos céus aqueles que crêem; mas, além disso, Ele é poderoso para dar aos homens um novo coração e operar a fé dentro deles.

Ele é poderoso para fazer o homem que odeia a santidade, amá-la, e para constranger aqueles que desprezam Seu nome a dobrarem seus joelhos diante Dele. E isto não é tudo, pois o poder divino é igualmente visto em todo o processo da salvação. A vida do crente é uma série de milagres operados pelo "Poderoso Deus ". A sarça arde mas não é consumida. Ele é poderoso para manter Seu povo em santidade de vida após tê-lo tornado santo, e para preservá-lo em temor e amor até consumar sua existência espiritual no céu.

O poder de Cristo não está em tornar uma pessoa crente e depois deixar que ande por si mesma; mas Aquele que começa a boa obra, há de continuá-la; Aquele que dá o primeiro sopro de vida na alma morta, há de prolongar a existência divina e fortalecê-la até que rompa cada laço do pecado, e a alma salte da terra, aperfeiçoada na glória. Crente, eis o alento. Estás orando por alguém amado? Oh, não desistas das tuas orações, pois Cristo é "poderoso para salvar". És impotente para recuperar o rebelde, mas teu Senhor é Todo-Poderoso.

Descansa nesse forte braço e usa-o para que dê sua força. Teus problemas te atormentam? Não temas, pois a força Dele é suficiente para ti. Iniciando nos outros ou continuando a obra em ti, Jesus é "poderoso para salvar"; a melhor prova disto jaz no fato de que Ele te salvou. Quantas misericórdias não encontras-te Naquele que é poderoso para destruir!

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Inveja
 
"Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do SENHOR perseverarás todo dia. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança."

Provérbios 23.17-18

Quando vemos os ímpios prosperarem, sentimo-nos propensos a invejá-los. Quando ouvimos o barulho de suas alegrias e nosso espírito se encontra sobrecarregado, quase chegamos a nutrir o pensamento de que eles estão na melhor das situações. Essa é uma atitude pecaminosa e insensata. Se os conhecermos melhor e, em especial, lembrarmos qual será o fim deles, sentiremos compaixão. A cura para a inveja está em vivermos sob um constante senso da presença divina, adorando a Deus e tendo comunhão com Ele durante todo o dia, não importa quão longo pareça ser o dia. O verdadeiro cristianismo eleva nossas almas a uma esfera superior, onde o discernimento se torna mais claro e os desejos, mais sublimes. Quanto mais do céu houver em nossas vidas, tanto menos cobiçaremos as coisas da terra. O temor do Senhor aniquila a inveja dos homens. A golpe fatal da inveja consiste em uma meditação calma sobre o futuro. As riquezas e a glória dos homens ímpios constituem um espetáculo inútil. A aparência pomposa brilha apenas por um momento e, em seguida, desaparece. Para que servirá a prosperidade dos ímpios, quando estiverem no Juízo Final? Mas, no que se refere ao crente, em seu fim ele desfrutará bênçãos e paz, e ninguém roubará a sua alegria. Portanto, ele deve vencer a inveja e encher-se de contentamento.

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