sexta-feira, 21 de julho de 2017

O que Aconteceu com a Pregação do Arrependimento? David Wilkerson

 
 
David Wilkerson

Em Nova York você pode visitar igreja após igreja, desde imensas catedrais até pequenas congregações, e raramente irá ouvir uma palavra sobre arrependimento. A mesma coisa ocorre em muitas igrejas evangélicas no resto do país e ao redor do mundo. Pode-se visitar igreja após igreja meses sem fim, e nunca se irá ouvir menção ao arrependimento.

Claro, existem igrejas hoje que não abrem mão quanto à essa importante doutrina bíblica. Mas diversas igrejas decidiram que arrependimento é uma mensagem ofensiva demais. Na verdade, denominações inteiras a desenfatizaram.

Nestas igrejas, você pode ouvir tudo sobre o amor de Deus, Suas bênçãos, Seus preceitos para enfrentar a vida, mas nenhuma palavra sobre a dor de Deus devido ao pecado. 

Você pode ouvir mensagens sobre amar os outros e ser uma pessoa boa e benigna. Tudo isso é verdadeiramente bíblico, mas você não vai ouvir uma mensagem de arrependimento como aquela que Pedro pregou no Pentecostes. O sermão de Pedro levou milhares para a liberdade em Cristo.

Muitos pastores hoje ficariam horrorizados com o que Pedro pregou naquele dia. Atos 2 nos dá o contexto para a poderosa mensagem do apóstolo: "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: que faremos, irmãos?" (Atos 2:37).

Como esse verso demonstra, deve haver um conhecimento do pecado antes que possa haver arrependimento genuíno. 

É o propósito da lei, despertar um senso de pecado. E os corações daquelas pessoas em Jerusalém foram tocados quando ouviram a palavra de Deus e reconheceram seus pecados.

Pedro respondeu ao clamor desesperado daqueles homens instruindo-os, "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:38, itálicos meus). O que significa se arrepender?

Arrepender-se é experimentar tamanha contrição a ponto de mudar um modo de vida. Simplificando, arrepender-se é mudar saindo do pecado, e caminhar na direção oposta.

Arrependimento não traz mérito. Somente o sacrifício de sangue de Cristo pode perdoar. Mas arrependimento é o único meio de conhecer cura e alegria verdadeiras. Não há outro modo de se entrar na paz e no descanso de Cristo, a menos que seja através das portas do arrependimento. Paulo escreve aos Coríntios sobre o fruto resultante do arrependimento:

"Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar, mas a tristeza do mundo opera a morte. Pois vede quanto cuidado não produziu em vós isto mesmo, o serdes contristados segundo Deus! Sim, que defesa própria, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo provastes estar inocentes neste negócio" (2 Corintios 7:10-11).

Deixe-me lhe dar o pano de fundo da carta de Paulo aos Corintios. Ele havia exposto pecado de incesto na congregação deles, porem ninguém lidou com o assunto. E por esse terrível pecado ter passado em branco, não havia remorso entre as pessoas.

Então Paulo escreveu à igreja uma mensagem ainda mais forte. Agora, quando as pessoas se sentaram e ouviram sua carta ser lida em voz alta à toda congregação, elas sentiram remorso no coração. E se arrependeram, cheias de pesar piedoso por não terem enfrentado o terrível pecado no meio deles. Aquele arrependimento trouxe grande alegria.

Agora Paulo os encoraja dizendo, "Viram o que o pesar piedoso fez por vocês? Moldou um cuidado em vocês. Trouxe indignação contra o seu próprio pecado". Arrependimento é o único modo pelo qual cura e força podem vir aos pegos em pecado.

Arrependimento e confiança no sangue redentor de Cristo resultam em remissão total do pecado, e isso significa perdão, absolvição e libertação do poder do pecado. De acordo com Paulo não pode haver conversão, nem liberdade, nem o milagre do novo nascimento sem arrependimento: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor" (Atos 3:19).

Mais, Paulo pregou aos atenienses: "Mas Deus... manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam" (17:30). E Jesus nos diz que veio com esse mesmo propósito, "eu não vim chamar os justos, mas os pecadores (ao arrependimento)" (Marcos 2:17). Talvez mais claro que tudo, Lucas declara, "Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos, e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém" (Lucas 24:46-47).

Nos primeiros dias da Igreja de Times Square, o Espírito Santo instruiu nossos pastores a pregarem o arrependimento. Ele incendiou nossos corações com a verdade de que onde abunda o pecado, a graça de Deus abunda muito mais.

Fomos guiados a estabelecer nossa igreja no coração da Broadway, próximo a Rua 42 com suas boates, cinemas, lojas pornográficas, traficantes, prostitutas e homossexuais. Então começamos a realizar nossos cultos no Teatro Nederlander na Rua 41. Naquela época o quarteirão era chamado "beco da droga", pois os viciados cheiravam e se injetavam injeções ali mesmo em frente ao teatro. Era um retrato do inferno na terra.

O Espírito nos alertou que por estarmos entrando no território de Satanás, teríamos de fazer frente contra o domínio do pecado. Em suma, estávamos indo para uma zona de guerra, com o intuito de resgatar aqueles que se tornaram cativos do Diabo. Então tínhamos de estar preparados para combater seus poderes que viriam com todas as armas do inferno contra nós, e contra os que buscaríamos.

Sabíamos de antemão que não seriamos capazes de trazer aqueles cativos de volta deixando-os aconchegados a seus pecados. Para trazer a eles a realidade da misericórdia de Cristo, teríamos de confrontar seus pecados para que ficassem convencidos deles e prontos para abandoná-los. Era o único jeito de lutar essa guerra, em meio a um campo de batalha espiritual tão intenso.

Então pregamos o arrependimento. Falávamos a qualquer um que entrava por nossas portas que ninguém poderia reivindicar Jesus como Senhor se suas vidas não tivessem sido mudadas. Tal mensagem foi pregada a todos os que assistiram nossos cultos, independente de sua classe social: atores da Broadway e traficantes, executivos de Wall Street e travestis. Ninguém podia dizer que amava Jesus se suas vidas não carregavam o fruto do arrependimento.

Depois de confrontar o pecado através da pregação do arrependimento, uma alegria incrível começou a surgir. As pessoas foram sendo libertas de seus pecados e largando velhos hábitos e o sensual modo de vida. Homens e mulheres, dos escritórios executivos ao beco da droga, foram sendo transformados pelo sangue purificador de Cristo e pelo poder do Seu Espírito para romper toda escravidão.

Vinte anos depois, a mesma alegria perdura na Igreja de Times Square. E ainda pregamos a mensagem que a primeira igreja pregou em Jerusalém no Pentecostes: arrependimento e remissão dos pecados.

Multidões hoje se agrupam em reuniões em que um pastor do tipo "está tudo ótimo" diz a eles, "Tudo que vocês precisam fazer é crer, e vão nascer de novo". Essa doutrina é baseada em uma passagem de Atos 16, onde um carcereiro perdido pergunta aos apóstolos o que ele deveria fazer para ser salvo. A resposta de Paulo foi, "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa" (Atos 16:31).

Os ministros que enfatizam essa doutrina se esquecem de que quando o carcereiro abordou os apóstolos, ele estava tão convicto (da parte de Deus) que "tremeu e caiu por terra" (16:29). Esse homem estava tão perturbado que tinha até mesmo pensado em se matar. Ele tinha ciência do próprio pecado, e seu temor por Deus o levou ao arrependimento.

A verdade é: a compaixão humana por si só é incapaz de converter qualquer alma. Alcança apenas a carne, incapaz de tocar os locais profundos da alma. Essa é uma verdade importante que aprendemos naqueles primeiros dias da Igreja de Times Square. E é uma verdade que está na essência do evangelho. Diz que a reprovação bíblica contra o pecado – uma mensagem alertando o pecador para correr em direção à cruz ou então perecer – é a maior mensagem de amor que pode ser oferecida ao homem.

Hoje, debaixo do nome de nossa igreja na entrada do teatro, há uma mensagem escrita, "A Igreja Que o Amor Está Construindo." Para nós, isso não é piegas, uma idéia sentimental; ao contrário, é uma mensagem que declara claramente, "Estamos aqui para lutar por você contra o inferno todo. Daremos a você a verdade descoberta, se você quer uma nova vida".

O pastor de uma mega igreja recentemente ganhou convencimento (da parte de Deus) sobre suas mensagens leves e suaves. Durante semanas ele se debateu, pensando, "Não sou um pastor de verdade. Não estou dando ao povo o que ele precisa para crescer e amadurecer em Cristo".

Então ele mudou a pregação para incluir arrependimento. Na época, sua igreja era de milhares. Aí, uma vez tendo começado a pregar o arrependimento, ele acabou com menos de 200 pessoas. Mas ele está pleno e abençoado porque agora está vendo o seu povo crescer em Cristo.

Eu tenho que me perguntar: é por isso que tantos pastores nunca pregam o arrependimento? Eles estão com medo de perder pessoas? Eles temem não conseguir pagar a hipoteca? Eles estão muito atentos à necessidade de se ter pessoas para que a igreja assim tenha mais meios de pagar crescentes despesas? Estou convencido de que essas coisas combinadas persuadem grandes homens a pregarem uma mensagem suave.

Houve vezes em que imaginei como seria para as pessoas dessas igrejas do tipo "está tudo bem" ouvir uma mensagem de arrependimento vinda do pastor. Eu imagino multidões fazendo fila para ouvir o próximo sermão dele. No entanto, nos bastidores esse homem está sendo apertado pelo Espírito Santo, que diz com poderosa convicção:

"O dia do Senhor está próximo. A mão escreveu na parede, e Deus em breve irá julgar as nações. Tudo está sendo abalado, e os homens desmaiarão de medo."

"Não saia para aquele púlpito agora para alisar o pecado das pessoas. Muitos deles estão doentes na alma e cegos, como ovelhas que se desviaram; enfrentam agitação interior, problemas familiares dolorosos, vícios, cativeiros com os quais o inimigo os atormenta."

"Se você não alertá-los, o sangue deles estará em suas mãos. O profeta Ezequiel avisou que se você não tocar a trombeta alertando aos perversos, eles morrerão em suas iniqüidades e o Senhor vai cobrar o sangue deles de tuas mãos."

"Agora vá, e alerte o povo para que se arrependa e abandone seus maus caminhos. Nunca mais sufoque o convencimento que vem de Mim, pois ele conduz à vida. Então - conforte-os e os encoraje."

Se esse pastor obedecesse, ele imediatamente testemunharia duas coisas: um êxodo em massa de pessoas para a porta, e uma fração de pessoas sentadas perplexas em seus assentos. Após alguns minutos, o pregador começaria a ver lágrimas e choro. Finalmente, uma voz se levantaria dentre aqueles que permaneceram, e perguntaria, "O que faremos agora?".

Isso já está começando a acontecer. Um dos maiores pregadores da prosperidade na Europa recentemente se levantou diante de enorme multidão e disse, "Chegou a hora de confessar, de chorar, e acertas as contas com Ele". Um amigo meu, pastor, estava lá e contou que o evento foi impressionante. Minha oração é que o mesmo aconteça em todas as nossas igrejas, aqui no nosso país e ao redor do mundo.

Tenho que admitir que às vezes tenho deixado o púlpito com dor muito grande devido à uma mensagem dura que tive de pregar. Nessas ocasiões freqüentemente me pergunto: "Senhor, a mensagem pareceu tão dura. Eu Te ouvi direito? Se eu estava errado em pregar isso, por favor, me mostre". Uma vez, quando eu estava em profunda agonia devido à uma mensagem, recebi ligação de um dos meus filhos, que disse, "Papai, obrigado por aquela mensagem. O Senhor falou claramente comigo através dela. Levou-me à uma crise com Ele que eu precisava enfrentar".

Estou certo de que Deus se entristece com as igrejas que rejeitam Sua mensagem do arrependimento. Na verdade, creio que o Espírito Santo não habita tais igrejas.

No entanto, há outra coisa que creio entristeça ainda mais o coração de Deus do que a rejeição à mensagem do arrependimento. E é quando aqueles que confessam Cristo e foram perdoados continuam a viver em medo e incredulidade.

Falo daqueles que conheceram a convicção de seus pecados. Conheceram o pesar piedoso por suas transgressões, e testemunharam que foram perdoados. Mas ainda não entraram no descanso e gozo que vêm do perdão através do arrependimento.

Veja, arrependimento conduz ao perdão – e perdão deve conduzir ao repouso e júbilo. Essas pessoas, entretanto, não têm tal repouso; pelo contrário, elas vivem em medo constante de suas vidas não estarem agradando a Deus. Elas continuam orando para que sua salvação seja renovada, ou até mesmo podem procurar ser batizadas de novo e de novo. Em termos simples: elas nunca chegaram a um conhecimento completo do poder do perdão.

Na verdade, elas estão vivendo sob a aliança do Velho Testamento. E estão sendo oprimidas por uma lei que as mantêm atormentadas por uma consciência que condena. Como Isaías diz, elas estão "aflitas, arremessadas com a tempestade e sem conforto" (v. Isaías 54:11).
 
O fardo do pecado – as lembranças e imagens dos pecados passados – não deve ser carregado além da cruz. Todo o pranto pelos pecados passados, todas as humilhações auto-impostas, devem ser lançadas na fonte purificadora do sangue de Cristo. Chega uma hora em que todos os que seguem a Jesus devem ouvi-Lo dizer, "Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28).

O Senhor convoca todos que confessaram Cristo, se arrependeram e creram, mas que no entanto não se regozijam por ainda carregarem um fardo pesado de culpa e condenação – todos esses Ele chama para irem até Ele e Lhe entregarem esse fardo - e Ele lhes dará alegria de coração.

Quando fazemos isso, o Espírito Santo vem e fica ao nosso lado. Jesus chamou o Espírito de "o Consolador", nome que significa "alguém que vem e permanece junto". Em suma, daquele ponto em diante não caminhamos mais sozinhos, em nossos próprios esforços, mas em cooperação com o Espírito Santo.

Tudo isso é por causa da Nova Aliança que Deus fez com os crentes nesses últimos dias. De acordo com Hebreus, essa aliança tornou-se efetiva no momento em que Jesus deu Seu ultimo suspiro: "Um testamento (ou aliança) só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o faz" (Hebreus 9:17).

Qual é o presente de herança que Jesus nos deixou através de Seu testamento? É essa promessa: "Para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Hebreus 8:12).

No entanto, nos é concedido mais que perdão através dessa Nova Aliança. Deus avança com mais uma palavra de libertação, dizendo que Ele está "operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre" (Hebreus 13:21).

Numerosos cristãos, incluindo alguns pastores, me dizem estar continuamente conturbados por pecados passados. Eles dizem, "Irmão David, se ao menos você soubesse o que eu fiz, como eu pequei contra tamanha luz, você entenderia porque estou tão abatido. O meu pecado ainda está diante de mim, e batalho direto essa culpa constante. Creio que Senhor me perdoou, que Seu sangue é suficiente para cobrir minha iniqüidade. Mas eu não tenho a paz que vem desse conhecimento".

Outros me falam, "Creio que estou perdoado, mas a minha mente fica continuamente bombardeada por pensamentos vindos do inferno. Podem acontecer em qualquer lugar, até mesmo na igreja, e me fazem sentir sujo. Tenho difículdades em acreditar que estou puro aos olhos de Deus".

Esses crentes esquecem que Satanás também tentou Jesus com pensamentos horrendos e nojentos, durante Sua provação no deserto. Hoje, o Diabo manda pequenas raposas à sua vida para fazer com que pense que não há esperança, que Deus está bravo com você. Elas injetam pensamentos em sua mente com a intenção de destruir sua fé no poder do sangue de Cristo sobre você.

Caro santo, você não deve ouvir essas invasões mentais. Você deve cortá-las, gritando, "Espírito Santo, sei que estás do meu lado. Ajude-me".

Você deve aceitar que todos que tomam a cruz e combatem o bom combate da fé estão em constante batalha. Todos iremos encarar pensamentos malignos – pensamentos devido ao nosso passado, ou devido a um senso de rejeição, ou simplesmente porque vivemos em um tempo de perversão e sensualidade. No entanto, quando aplicamos o sangue de Cristo à essas raízes de dúvida, ele alcança cada célula do nosso ser, incluindo nossas mentes e nos limpa por inteiro. E isso traz liberdade e gozo verdadeiro.

Você decidiu que não há esperança de ser liberto algum dia? Eu insisto para que considere essas quatro coisas:
 
Assegure-se de crer que o Senhor ainda lhe ama. Você ainda está sob Sua graça e misericórdia, e o estandarte dEle sobre você é o amor. 
 
Arrependa-se, pedindo ao Senhor para produzir pesar divino em você. 
 
Receba o amor de Deus, e descanse em Sua promessa de perdoá-lo. 
 
Creia na palavra da Nova Aliança a você: "Serei misericordioso contigo, e perdoarei todos os teus pecados. E irei fazer em você aquilo que Me agrada".

Você não está sozinho em sua luta. Ele enviou o Espírito Santo, que sabe como lidar com o inimigo e libertá-lo de toda escravidão. Ele é a voz suave e terna que irá guiá-lo e fortalecê-lo em meio à todas as suas batalhas.

Ore comigo: "Espírito Santo, quero crescer no fruto espiritual. Quero ficar livre de toda hipocrisia, e quero ter bondade, paciência e amor. Sei que Tu ainda me amas, apesar da ausência dessas coisas em mim. Então, coloque-se ao meu lado, e ajude-me. Amém".

Preparando-se Para a Volta de Cristo - David Wilkerson




 Uma querida senhora cristã escreveu ao nosso ministério dizendo: “No domingo passado o nosso pastor pediu testemunhos do que Deus havia feito durante a semana. O seu próprio filho de cinco anos se levantou e disse: ‘Tive um sonho ontem à noite. Jesus me disse que em breve voltará”’. O Espírito Santo usou aquela criança para lembrar o povo de Deus quanto a uma verdade gloriosa.

É triste, mas a geração atual sabe menos sobre a volta de Cristo que qualquer outra geração passada. A vinda de Jesus raramente é pregada nas igrejas de todos os lugares. Em verdade, multidões de pessoas que chamam a si próprias de cristãs não querem ouvir deste assunto. Por que?

A vida está boa para a maioria das pessoas, incluindo os cristãos, e o interesse está em saber como fazer para que as coisas boas continuem assim. Como a mulher de Ló, muitos estão possuídos por suas posses. Ficaram viciados nas coisas deste mundo - e em suas cabeças a vinda de Jesus seria um tipo de ruptura.

 Já ouvi freqüentadores de igreja zombando da possibilidade da volta de Jesus “a qualquer momento”. Escarnecem da idéia de Ele poder vir em breve. Na verdade há uma doutrina que declara que o nosso Senhor não voltará nos próximos milhares de anos. A idéia é a de que à igreja será concedido todo este tempo para evangelizar o mundo e estabelecer uma nova ordem, antes que Cristo volte para reinar como rei.

O apóstolo Pedro se direciona a estas coisas dizendo, “Nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pedro 3:3-4).

Pedro traz uma palavra aguda a todos os que deliberadamente se mostram ignorantes: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (3:10).

Além disso, Pedro nos diz que há um motivo pelo qual Jesus ainda não retornou. Ele registra, “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo... não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (3:9). O nosso Senhor tem abundância de paciência com os ímpios.

Pessoalmente, me surpreendo com a paciência que Deus tem conosco nessa geração. A decadência moral desenfreada se torna dolorosa até mesmo para os observadores seculares. Mesmo tentando deixar a consciência limpa, a mente fica saturada com notícias das coisas ruins acontecendo todo dia. Algumas são tão vis quanto incompreensíveis: assassinatos nas escolas, estupros, abuso infantil, homossexualismo militante, atrocidades que não se consegue comentar.

Muitas vezes os nossos corações clamam, “Senhor, quando se fará justiça? Quando irás levar os malfeitores à condenação?”. Nos perguntamos porque Deus espera tanto tempo para tratar com a impiedade indescritível tão desenfreada de hoje. E visualizamos a cena quando os malfeitores finalmente se ajoelharão diante do Senhor, confrontando-se com a Sua santidade.

Mas Pedro diz que Jesus não está se concentrando em julgar nesse momento nem mesmo maior dos pecadores. Antes, o nosso Senhor está preocupado com a misericórdia. Ele é longânimo com o pior dos malfeitores. E está aguardando para mostrar misericórdia a todo pecador que não expressa arrependimento, desejando-o e buscando-o.

“Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. Por essa razão, pois, amados, esperando estas cousas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis” (3:11-14 – itálicos meus).

Podemos passar os nossos dias preocupados com os sinais dos tempos, no Oriente Médio ou em algum outro lugar. Mas Deus diz, “Olhe para dentro do teu próprio coração. Assegure-se de estar sendo diligente em guardar a Minha palavra”. Paulo acrescenta, “Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12). Ele então adverte a não julgarmos o próximo, e a termos cuidado para não nos tornarmos pedra de tropeço a um irmão, levando-o a cair.

Podemos ter certeza de que Deus julgará os ímpios. Não há o que discutir quanto ao acerto de contas. Quando chegar essa hora, todos os zombadores, os que odeiam Deus, os ímpios - serão chamados a prestar contas. Os livros serão abertos, e todo ato vil será manifesto, revelando tudo que tais malfeitores cometeram contra a autoridade de Deus. Os seus atos serão julgados com severidade, e tais corruptos serão lançados da presença de Deus eternamente.

Jesus assegurou aos discípulos, “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lucas 18:7). Ele estava dizendo, “Sim, Deus um dia vai tratar com os que zombaram, perseguiram, aprisionaram e mataram os Seu povo. O choro da igreja perseguida foi ouvido. E Ele os vingará rapidamente”. Mas, então Jesus diz exatamente no verso seguinte, “Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (18:8).

A pergunta de Cristo ao fim dessa passagem revela a maior preocupação dEle. Está dizendo, “Quando Eu retornar, estarei buscando um povo que acreditou em Minha promessa de voltar para eles. A pergunta é, será que tais pessoas estarão prontas e esperando por Mim? Estarão livres deste mundo, desejando ardentemente que Eu os leve ao lar como Minha noiva? Estarão imaculados, ou manchados pelo espírito do século? Será que chegarei para achá-los gritando, ‘Venha, Senhor Jesus?’”. “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24:36)

Jesus continua essa afirmação com uma palavra qualificativa: “Pois...” (24:37). Ele prossegue para descrever como será a conduta prevalente da humanidade quando do Seu retorno. Ele não nos deu a data da Sua vinda, mas efetivamente nos diz como será a sociedade de então.

Ele a seguir traz algo das escrituras: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (24:38-39). Jesus também menciona o tempo de Ló: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar” (Lucas 17:28-30).

Note que Jesus não menciona sequer um pecado nestas descrições. Todos sabemos que não é pecado comer ou beber as bebidas apropriadas, noivar ou se casar. Nem é pecado comprar, vender, plantar ou construir. Não há nada errado com nenhuma destas coisas. Na verdade, o Senhor instrui que nos ocupemos enquanto O aguardamos. Então Jesus não está condenando estas coisas; pelo contrário, está nos mostrando os acontecimentos de todo dia, como a dizer, “É assim que a vida será quando Eu voltar. Será como qualquer outro dia, quando ninguém espera que algo vá acontecer”.

Certamente sabemos que tanto a sociedade de Noé quanto a de Ló foram destruídas pelo julgamento de Deus. Então, o que Jesus está dizendo em relação a estas cenas comuns? Em termos simples, Ele descreve as pessoas que haviam resolvido rejeitar os avisos de Deus quanto a um julgamento. Lembre-se, Noé profetizou, pregou à sua sociedade por 120 anos, prevenindo que uma total destruição estava chegando. Mas, como as escrituras dizem, “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal” (Eclesiastes 8:11).

É exatamente isso que está acontecendo em nossa sociedade atualmente. Tem ocorrido um frenesi de compras e vendas, de comida e bebida, de plantar e construir. As multidões estão obcecadas com ganho pessoal, e rejeitam qualquer mensagem que possa prejudicar tais buscas. Mesmo vozes seculares que previnem quanto a um desastre financeiro vindouro são ignoradas na maioria.

Uma piedosa senhora cristã me escreveu contando de uma conversa que teve com idosa senhora judia. Essa sobrevivente do Holocausto lhe disse, “O que está acontecendo nos Estados Unidos agora me lembra o que aconteceu na Alemanha durante a subida de Hitler ao poder. Todos os avisos e advertências foram ignorados. As observações anti-semitas de Hitler foram subestimadas. Eu era apenas uma criança, mas ainda me lembro das festas gigantescas que entravam noite a fora mesmo após Hitler ter começado a prender os judeus, e a mandá-los para as câmaras de gás. Me lembro de os judeus mais velhos dizendo, ‘Isso não pode acontecer aqui, não numa sociedade educada e civilizada como a Alemanha’. Eles então dançavam a noite toda, os homens em seus smokings, e as mulheres em seus caros vestidos de coquetel. Apenas algumas semanas após, estas mesmas pessoas estavam sendo jogadas nos vagões como gado, indo para os campos de concentração. Elas achavam que os bons tempos e a prosperidade iriam durar para sempre. Mas logo sentiram o choque, dizendo, ‘Há poucas semanas a gente estava dançando e bebendo. O que aconteceu? Como uma coisa assim foi acontecer conosco tão de repente?”.

O grito de alerta outra vez é enviado à igreja do Senhor: “Jesus está voltando! O Noivo está a caminho. Adorne-se, e se prepare para sair a encontrá-Lo. Olhe para o alto, pois a redenção está próxima!”. Mas mesmo assim, Jesus previne que as pessoas irão ignorar o chamado. Será como nos dias de Noé e de Ló, com as pessoas cuidando de seus negócios, sem pensar em Sua vinda, ignorando os sinais proféticos. E esse é o próprio sinal de Sua vinda: veremos uma apatia premeditada.
“Naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado” (Lucas 17:34-36). Os discípulos de Jesus perguntaram, “Para onde estas pessoas serão levadas?”. Ele respondeu, “Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também as águias” (17:37). Ele estava dizendo, “Eu sou o cabeça do corpo. E a cabeça irá ser unida ao corpo”.

Alguns estudiosos dizem que as pessoas que forem levadas para cima são pecadores sendo carregados para julgamento. Mas as escrituras sugerem diferente. Isaías fala de águias em referência à igreja: “Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:31). Também, Deus disse a Israel, “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim” (Êxodo 19:4).

Em Mateus, Jesus fala dos eleitos sendo levados por Deus: “E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31). Paulo deixa isso claro, declarando: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (I Tess. 4:16-18).

Tão dramático quanto este grande evento possa ser, o que Jesus quis mostrar é que isso acontecerá num dia comum. Será como nos passados dias de julgamento, nas sociedades de Noé e de Ló - homens e mulheres estarão em seu trabalho, tendo sua vida habitual. Então tudo acontecerá subitamente, em um simples instante. Paulo diz: “Transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar d’olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios 15:51-52).

Será um dia como qualquer outro. A humanidade toda estará desatenta, mas então, em um só instante, Cristo irá reunir a Sua noiva.

Eu nunca faria algo que levasse um crente a duvidar quanto a estar preparado. A maioria das pessoas lendo essa mensagem pode provavelmente dizer, “Sim, estou preparado. Me arrependi, confessei os meus pecados, e estou perdoado. Coloquei a minha confiança na justiça e retidão de Jesus. E se Ele voltar nesse momento, sei que não haverá condenação para mim. Sei em quem tenho crido. Estou certo que sou dEle”. Eu diria o mesmo quanto a mim.

Ainda assim relendo as advertências de Cristo encontrei algo que não consigo tirar da mente. Jesus ordena, “Portanto, vigiai” (Mateus 24:42); e então diz, “Mas considerai isto” (24:43). Em outras palavras, “Se você estiver preparado – se estiver vigilante, como Eu quero que fiques – então há algo que você precisa saber”.

Jesus então descreve um homem que achou estar preparado mas não estava. A casa desse homem foi “arrombada” (24:43). A seguir, Jesus descreve uma pessoa que estava verdadeiramente preparada (24:45-47). Finalmente, dá um terrível recado sobre os maus servos que serão lançados a um inferno de hipócritas (24:48-51).

O servo que está verdadeiramente preparado é assemelhado ao chefe de família que providencia sustento e alimento para os seus. “Quem é, pois, o servo fiel e sensato, a quem seu senhor encarrega dos de sua casa para lhes dar alimento no tempo devido?” (24:45). Jesus nos diz que a recompensa de tal servo é ser feito encarregado de administrar os bens do seu Senhor (v.24:47). Evidentemente, o “dar alimento no tempo devido” por parte do servo é de grande importância.

Quem são os encarregados sobre os conservos de sua casa, aos quais Jesus se refere aqui? Isso fala de pais. Também inclui pastores, que se encarregam da “família de Deus” (Efésios 2:19). Então, como um pai oferece “alimento no tempo devido”? Em termos bíblicos, alimento representa a Palavra de Deus. O significado em grego aqui também sugere “nutriente, nutrição”, da raiz gramática querendo dizer “criação, educação”. A seguir, a frase “no tempo devido” quer dizer “na hora certa”. Cristo está dizendo, “Benditos os pais que nutrem seus filhos com a Palavra de Deus. Os criam com a admoestação bíblica enquanto há tempo, antes que seja tarde demais”.

Igrejas americanas enviam missionários a todo o mundo para alcançar os não salvos. Enquanto isso, estão perdendo uma geração inteira de jovens, e Deus irá nos ter como responsáveis. Quando Jesus diz, “Dê-lhes alimento”, está dizendo, “Prenda-se à Palavra”. Em outros termos, “Não faça concessões nem contemporize com Meus mandamentos santos. Não deixe que o teu jovem lhe intimide para torcer a verdade. Prometo honrar aquele que honrar a Minha Palavra”.

Que Deus possa dizer de todo pai cristão de hoje o que disse de Abraão: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor” (Gênesis 18:19). Tais pais serão feitos encarregados, administradores e governadores dos bens do seu Senhor.

As palavras de Jesus aqui também se aplicam aos ministros da família da fé. Como os pais, os pastores na casa de Deus têm de nutrir seu rebanho com alimento - carne e não só leite. Eles devem educar a sua congregação de fiéis no temor e na admoestação de Deus, chamando-os à plena maturidade em Cristo. Jesus fala o seguinte quanto aos que fazem isso fielmente: “Bendito o pastor que, quando Eu voltar, for achado nutrindo a Minha casa. Ele os alimenta com a doutrina pura da Minha Palavra. Digo a estes pastores: quando voltar, Eu lhes tornarei governantes sobre Meus bens. E tais bens incluem tudo que o Pai Me deu”.

Quando Jesus vier, Ele reunirá junto a Si todo piedoso pastor cuja única programação tenha sido cuidar das almas confiadas aos seus cuidados. Estes pastores não lideraram suas ovelhas para enriquecer. Eles não construíram seus próprios sonhos às custas dos pobres, das viúvas, dos órfãos. Não, tais pastores se levantaram no púlpito em temor e tremor, sabendo que tinham de responder diante de um Deus santo. A cada um destes pastores, Cristo confiará todos os Seus bens, e os tornará governantes sobre tudo que Ele tem.

Quando Jesus usa a frase, “Mas considerai isto”, está nos dizendo, “Não ouse ignorar essa palavra”. A seguir Ele oferece a seguinte declaração: “Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios...” (Mateus 24:48-49).

Lucas 12 identifica esse servo como sendo o mesmo que, certa vez, fielmente serviu “o sustento a seu tempo”. Tal servo começou certo. Ele estava destinado a ser recompensado como guardador dos bens do Senhor; mas agora mudou dramaticamente. É achado espancando os que o cercam, e se embebedando com os ébrios.

O que aconteceu? Algo ocupou espaço no coração deste servo – uma transformação talvez não visível, mas que afetou sua atitude. Que transformação foi essa? Jesus nos diz: “Aquele servo, sendo mau...” disse “...consigo mesmo: Meu senhor demora-se” (24:48).
A palavra em grego nessa passagem para “espancar” sugere golpear repetidamente. Em outras palavras, esse servo agora caiu na hipocrisia. Eu o vejo como uma pessoa que provoca a esposa, xinga à vontade, ouve piadas sujas, mexericos. Como ele chegou a este ponto? Ele se convenceu de que o seu senhor não voltará a qualquer momento. Quando diz consigo mesmo “Meu senhor”, está falando de um senhor inteiramente diferente - não do seu reto senhor. Ele concebeu um Jesus criado por si próprio, um Cristo de um outro evangelho.

Tal servo não prega a sua nova atitude; pelo contrário, a mudança teve lugar em seu pensamento; ele não tem de irradiar a convicção de que o senhor está demorando. Ele simplesmente vive tal idéia. E isso faz toda a diferença.

Pense um pouco: você já se perguntou por que tantas igrejas atualmente estão tão cheias de pessoas despreparadas, complacentes, entregues aos prazeres? Já se perguntou por que tantos casais cristãos se divorciam à menor provocação? Não é porque seus pastores estejam lhes ensinando assim; não, é porque muitos pastores não acreditam que Cristo retorne em sua geração. Em algumas igrejas, se você se levantar e pregar Mateus 24;44 – algo como “Prepare-se, pois Jesus pode voltar a qualquer momento” – o pastor se sentirá ofendido. Os demais simplesmente sentirão o mesmo.

Como foi que o mau servo foi “beber com ébrios”? Jesus aqui não está simplesmente falando do álcool. A Bíblia menciona várias maneiras de se ficar ébrio: com fúria, com amargura, com sede de sangue. O principal álcool de nossa sociedade – o sedativo do qual a maioria das pessoas bebe hoje em dia – é a prosperidade. E os cristãos se entregam livremente a essa bebida.

Jesus está nos prevenindo, “O quê acontece uma vez a prosperidade tendo lhe agarrado com suas garras? O teu coração se torna amarrado aos bens materiais. De repente, você perde a consciência da Minha volta. A tua vida fica sem controle, pois você deixa de ter um norte moral - e começa a golpear, a fazer tudo que pode para obter o que deseja. Você fica embriagado, embrutecido pela prosperidade”.

Note o julgamento que Jesus descreve para tais hipócritas: “Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (24:50-51).

Vou lhe perguntar mais uma vez: você está pronto? Começou a amar a idéia do aparecimento de Cristo? Paulo diz: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:8 – itálicos meus). Tiago igualmente insiste: “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5:8). “(Cristo) aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hebreus 9:28).

Finalmente, Paulo escreve, “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. Dize estas cousas; exorta e repreende também com toda a autoridade” (Tito: 2:11-15).

Oro para me tornar o tipo de pastor que Paulo descreve. Sim, estou esperando pela volta do meu Mestre. E, como o apóstolo, posso dizer com confiança, “Tenho uma coroa esperando por mim, pois eu amo a Sua vinda. Estou pronto. Vem, Senhor Jesus”.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Série sermões David Wilkerson: Por Que o Mundo Odeia os Cristãos


Jesus disse aos discípulos, "Eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto". E então rapidamente acrescenta essas palavras solenes: "E o vosso fruto permaneça" (João 15:16).
 
As palavras de Cristo aqui se aplicam a todos os Seus discípulos, em todas as eras. Ele está nos dizendo essencialmente: "Assegure-se de que o teu fruto se manterá até o dia do Juízo".
 
A palavra "fruto" quer dizer realizar a obra e o ministério de Cristo aqui na terra. Como crente, fui escolhido e ordenado a ir por todo o mundo e pregar o evangelho de Cristo. E mais, como ministro desse evangelho, sou chamado a fazer e a treinar discípulos reais.
 
Ora, existe algo que é a falsa conversão. Jesus adverte os fariseus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!" (Mateus 23:15).
 
Essas palavras são fortes, mas vêm do próprio Senhor. E Jesus endereça tais palavras a judeus zelosos, que promoviam o proselitismo. Eram estudiosos da Bíblia, homens que conheciam as escrituras.
 
Pode-se perguntar: "Como isso que Jesus diz aqui pode ser possível? Como alguém que busque converter os outros, pode fazer com que os perdidos sejam colocados numa situação ainda pior?". Jesus responde isso. Quando Ele grita, "Hipocrisia!", está afirmando aos fariseus, "O teu fruto é mal". E os previne, "Sofrereis juízo muito mais severo!" (23:14).
 
Os fariseus aos quais Jesus se dirigia estavam mais interessados em números, do que em ver uma obra real de conversão acontecendo no coração das pessoas. Jesus lhes dizia, na verdade: "Vocês estão fechando os céus para os seus assim chamados 'convertidos'. E isso acontece porque vocês não têm uma palavra de Deus em suas próprias vidas. Vocês chegam a esforços extremos ao planejar fazerem convertidos. Porém, em verdade, estão fechando os céus às pessoas que alcançam".


Cristo Desprezou a Hipocrisia dos Líderes de Igreja Que Estavam Mais Interessados em Contar Cabeças do Que em Conversões Reais

Tragicamente, vemos o mesmo espírito conduzindo muitas pessoas na igreja hoje. Me pergunto se Jesus diria algo similar a muitos dos pastores encarregados da casa de Deus:  "Vocês percorrem céus e terras atrás de novos conceitos, idéias, programas. E tudo para trazer gente às suas igrejas. Vocês foram picados pela hipocrisia dos números. Medem o sucesso pela quantidade de corpos sentados nos bancos".
 
Posso lhe dizer que nem todo aquele em nossa igreja em Times Square que chama a si próprio de cristão é realmente um crente convertido e salvo. Ao mesmo tempo, posso assegurar que se tais indivíduos chegarem aqui e acabarem sendo duas vezes mais filhos do inferno, não será por causa do que ouviram do púlpito. Não será devido a uma mensagem incompleta do evangelho. Não - será porque rejeitaram a verdade vinda do Espírito Santo, produtora de convencimento.


Onde Estão os Joãos Batistas de Hoje ?
 
Eu pergunto: onde estão os pastores que não aceitarão abrandar a mensagem em favor do Altíssimo? Onde estão os pregadores tão profundamente entregues a Cristo, que por isso pregam aos reis a mesma mensagem que pregam aos pobres e desprezados?
 
Tremo em pensar que é possível que eu, ou qualquer outro pregador do evangelho, bloqueie os céus e leve os "convertidos" a se tornarem filhos do inferno duas vezes mais. Mas isso está acontecendo hoje, tudo devido à necessidade que alguns ministros têm de serem amados e louvados pelos outros. Eles comprometem a verdade a fim de serem aceitos pelo mundo. Jesus se referiu a isso. Ele reuniu os discípulos, e "na presença" de todas as pessoas, fez uma repreensão mordaz aos escribas religiosos:
 
"Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes" (Lucas 20:46).
 
Resumidamente, Ele estava dizendo ao povo: "Cuidado com os pastores que adoram os louvores e elogios dos homens. Atenção com os que andam com suas Bíblias e amam a afeição e o aplauso das pessoas. Guardem-se dos líderes religiosos que querem a aprovação da sociedade".
 
Uma igreja que seja aceita e aprovada pelo mundo é um oxímoro, uma contradição. É uma impossibilidade. De acordo com Jesus, toda igreja que é amada pelo mundo é do mundo, e não de Cristo:
 
"Se vós fosseis do mundo, o mundo amararia o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (João 15:19).
 
A minha vida foi muito influenciada pelos escritos de George Bowen, um missionário presbiteriano que trabalhou na Índia de 1838 a 1879. Bowen abriu mão de todo sustento missionário para viver em cortiços e favelas como os moradores locais. Teve uma existência muito frugal, quase em pobreza. Contudo devido a essa escolha, deixou um testemunho do real poder de se viver em Cristo.
 
Esse piedoso homem advertiu quanto à chegada de um espírito de anticristo. Ele identificou esse espírito de anticristo como sendo "o espírito da sociedade moderna". Segundo Bowen, esse espírito de anticristo iria se infiltrar na igreja Protestante com a mentalidade, os métodos e a ética e moral da sociedade maior.
 
O espírito de anticristo iria continuar com sua influência até que a sociedade e a igreja não pudessem mais ser diferenciadas. Com o passar do tempo, o mundo iria perder o ódio pela igreja de Cristo e pelos crentes. Iria parar a perseguição, e a igreja seria amada e aceita pelo mundo. Uma vez isso ocorrido, diz Bowen, esse espírito de anticristo teria assumido o trono.
 
Vários meses atrás, quando as portas do Iraque estavam prestes a serem abertas às organizações cristãs de ajuda, o jornal New York Times trouxe um artigo derrogatório. Isso se pode esperar da imprensa liberal e secular. Eles poderiam aplaudir a distribuição de alimentos no Iraque, mas certamente não a pregação de Cristo.
 
Mas o artigo citava um intelectual evangélico que criticava todo o empreendimento. Ele censurava inteiramente o projeto, dizendo que a igreja devia cuidar da própria vida. Esse homem da Bíblia estava na realidade embaraçado porque a igreja estaria evangelizando. Essa é a mentalidade mundana!


Quanto Mais Perto Chegarmos da Missão de Cristo - de Pregar o Evangelho que Ele Ordenou -
Mais Seremos Odiados e Espezinhados Pelo Mundo.

 
Vamos encontrar inimigos em todos os lugares - pessoas que se oporão em nosso trabalho, na vizinhança, até em algumas igrejas - por que estamos cumprindo a missão de Cristo.
 
Mais uma vez Jesus avisa:  "Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lucas 6:26). Quero lhe perguntar: o mundo está louvando você? Você é o grande amado por toda a cidade? Todos lhe louvam nos eventos seculares? Você é politicamente correto em suas interações? Os prefeitos, os dignitários e os famosos ficam à vontade em sua presença? Então ouça as palavras de Jesus para você: "Tem alguma coisa de falso em seu testemunho".
 
O próprio Jesus deixa claro: se alguma igreja estiver se movendo no poder do Espírito Santo e cumprindo a missão como Ele ordenou, então essa igreja será odiada e perseguida pelo mundo. Como Paulo, o pastor será considerado escória do mundo. E a igreja será odiada pelos políticos e líderes ímpios da sociedade. Também será espezinhada pelos homossexuais, pornográficos, e mais do que tudo pelos líderes religiosos apóstatas que estão espiritualmente mortos.
Mas Jesus diz a essa igreja:
 
"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós" (Mateus 5:10-12).


Por Que o Mundo Odeia a Igreja Verdadeira, os Seus Pastores e Membros ?

 
Um cristão de verdade é amoroso, pacífico, perdoador e atencioso. Os obedientes às palavras de Jesus são abnegados, mansos e bons.
 
Agora, a sabedoria comum diz que não é natural odiar quem lhe ama, bendiz, e ora por você. Pelo contrário, as pessoas odeiam quem as agride, rouba e xinga. Então, por que os cristãos são tão odiados?
 
Jesus diz simplesmente: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim...Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros" (João 15:18,20). Por quê é assim?
 
A igreja, e todo ministro e crente dela são odiados devido à sua missão. Veja, a nossa missão é muito mais do que dizer aos perdidos, "Jesus te ama". É mais do que tentar acomodar e apaziguar pessoas.
 
Você pode se surpreender quando eu lhe lembrar qual é a nossa missão. Em termos simples, a nossa missão enquanto cristãos é remover dos ímpios aquilo que lhes é mais precioso: a autojustificação. É lhes trasladar a uma liberdade que eles julgam ser escravidão. É separá-los dos pecados malditos, uma bênção que vêem como tédio e tristeza.
 
A coisa mais preciosa a uma pessoa do mundo é a sua autojustificação. Pense nisso: ela passou a vida toda formando uma opinião boa sobre si mesma. Construiu um ídolo em honra às suas boas obras. Ela elogia a si mesma por realmente ter um coração tão benigno, e ser boa para com os outros. Simplificando, construiu sua própria Torre de Babel, um monumento à própria bondade. Está certa de que é suficientemente boa para o céu, e boa demais para o inferno.
 
Esse ímpio passou anos golpeando a consciência, e minimizando-a. Ensinou a si próprio a silenciar qualquer tipo de voz que possa lhe convencer de algo. E agora desfruta de uma paz falsa. Ficou tão iludido, que realmente crê que Deus o admira!
 
E então, bem quando ele bloqueou a voz da consciência, você, um cristão, chega. E a verdade que você traz, fala mais alto que a consciência morta dele: "Se você não nascer de novo, não entrará no reino dos céus".
 
De repente, você é uma ameaça na mente desse homem; você é alguém que quer privá-lo da segurança de que tudo está bem com a alma dele. Todo esse tempo ele achou que estava ótimo. Mas agora você está lhe dizendo que todas as boas obras dele são como trapos de imundície.
Posso lhe dizer que esse homem não o vê como alguém trazendo boas notícias. Não, aos olhos dele você é um tormento, alguém que veio para lhe tirar o sono.


Há Milhões de Pessoas Desse Tipo,  e Muitas Estão Enchendo os Bancos das Igrejas Todos os Domingos
 
Tais pessoas acham que estão nas boas graças de Deus simplesmente por aparecerem na igreja. Ainda assim criaram seu próprio conceito de quem Cristo é. O seu cristo é alguém igual a eles. E esse cristo não é formado pela palavra de Deus, mas por sua própria cegueira.
 
Agora você chega e diz que sem arrependimento e sem uma real mudança de vida eles são rebeldes.Você diz que a integridade que eles mesmos produziram é abominação a Deus. E, ao invés de estar sob o favor de Deus, estarão sob a Sua ira se continuarem no pecado.
 
Você chega pregando o sangue de Cristo, o novo nascimento, separação do mundo, um andar de submissão e obediência. Mas está dizendo tudo isso a pessoas convencidas de que não precisam de nada. Eles não podem conceber como essas transformações podem de alguma maneira trazer paz e felicidade. Para eles, isso soa como um deserto árido e vazio.
 
Alguns pastores lendo isso podem objetar, "Essa não é a minha missão de jeito algum. Eu jamais iria provocar uma confrontação assim". Outros podem dizer, "Fui chamado para trazer o evangelho do amor e da graça. Assim, prego uma mensagem que não traz controvérsias".
 
Não posso falar por outros pastores; só posso dizer o que sei. E por cinqüenta anos tenho pregado aos pecadores mais endurecidos e corrompidos do mundo: viciados, alcoólatras, prostitutas. Contudo, lhe digo, tais pecadores são muito menos resistentes à verdade do evangelho que muitos que se sentam nos bancos de igreja, e estão cegos em relação à sua situação.
 
Milhares de assim chamados crentes por todo o país são mais endurecidos que qualquer pessoa das ruas. E não tem evangelho suave, macio, dividido,  que consiga romper as muralhas dessa impiedade.
 
Saulo de Tarso era um destes homens religiosos endurecidos. Um fariseu dentre os fariseus, uma imagem de correção dentro de uma sociedade altamente religiosa, Saulo era tudo isso. E então? Será que Jesus chegou até esse homem fazendo pesquisa, perguntando o que ele gostaria de assistir num culto da sinagoga? Não! Saulo foi lançado ao solo por uma luz que o cegou, uma explosão total da presença de Cristo. Foi um encontro penetrante e de confrontação que expôs o coração de Paulo, apontando em detalhes o seu pecado.
 
Como ministro do evangelho de Cristo, devo fazer igual. É meu ofício convencer homens e mulheres do pecado. Devo alertá-los quanto ao perigo que os espera se continuarem em seus caminhos. E nenhum elogio, sutileza, tenuidade, ou fazer com que gostem de mim, lhes mudará a situação.
Em termos simples, sou chamado a levar as pessoas a largarem tudo para seguirem um Cristo que eles acham não atraente. Só o Espírito Santo em mim pode conseguir isso.
 
Não entenda mal o que estou dizendo aqui. Prego a misericórdia, a graça e o amor de Cristo a todas as pessoas. E o faço com lágrimas. Mas a única coisa que penetrará as muralhas levantadas por pessoas endurecidas é uma explosão da presença de Jesus. E isso tem de vir da boca de pastores e leigos contritos, homens e mulheres de oração. Jesus Diz: "Dele (do mundo) vos escolhi" (João 15:19)
 
Esse versículo atinge exatamente o coração do motivo pela qual somos odiados. Quando fomos salvos, saímos "do mundo". E aceitamos nossa missão de insistir em que outros "saiam do mundo".
 
"Não sois do mundo...por isso, o mundo vos odeia" (João 15:19). Cristo está dizendo basicamente, "O mundo os odeia porque tirei vocês da situação em que estavam. E isso significa que tirei vocês da comunhão com ele. Porém, eu não os tirei apenas dele. Em seguida os enviei para que convocassem todos para saírem dele".
 
O espírito Protestante de anticristo opera para impedir esta separação dos cristãos em relação ao mundo. Faz com que pareça ser possível os crentes permanecerem no mundo, e mesmo assim verem-se a si mesmos como cristãos.
 
Pode-se perguntar: "O quê Jesus quer dizer exatamente quando diz 'o mundo'?".
Ele não está só falando da luxúria ímpia, do desespero por prazeres, da pornografia ou do adultério. Não, "o mundo" ao qual Cristo se refere não é uma lista de práticas más. Isso é só uma parte. Muitos muçulmanos "saíram" de todas estas coisas por pura força de vontade e medo de destruição.
 
"O mundo" do qual Jesus fala é a falta de disposição para se render ao Seu senhorio. Em resumo, mundanismo é toda tentativa de se mesclar Cristo com vontade própria.
Veja, quando nos submetemos ao senhorio de Cristo, nos apegamos a Jesus. E somos levados pelo Espírito Santo, passo a passo, a um caminhar de pureza e retidão. Começamos a valorizar a repreensão piedosa.


Ninguém Pode se Submeter ao Senhorio de Cristo
Enquanto Não Enfrentar as Exigências da Cruz.



Me conscientizo dessa verdade toda vez que me levanto para pregar. Ao olhar do púlpito à platéia, dispersos entre crentes fiéis enfrento a cada semana pessoas não crentes que vieram pela primeira vez. Alguns são vitoriosos homens de negócios, que se fizeram por si próprios, cheios de ímpeto. Outros vêm de todos os caminhos da vida. Contudo todos estão oprimidos com pecados secretos. São pessoas que vivem como querem, sob nenhuma autoridade espiritual. Mas estão vazios e desiludidos. Se enjoaram da busca de prazeres que nunca satisfazem.
 
Eu poderia pregar a eles todo tipo de sermão sobre princípios e regras de comportamento, ou como lidar com stress, ou como tratar com o medo e a culpa. Mas nenhuma pregação dessas tira alguém "do mundo". Não muda o coração de ninguém.
 
Eu simplesmente tenho de dizer ao não crente que sua vontade própria, sua auto-suficiência, e sua teimosa luta para fazer tudo do jeito dele, irão destruí-lo. E no fim, leva-lo-ão ao tormento eterno.
 
Se eu não lhe trouxer essa mensagem, então para sempre terei bloqueado os céus para ele. E o terei feito duas vezes membro do inferno. A situação dele será pior do que antes de entrar por nossas portas.
 
Tenho de levar esse homem face a face à mensagem de ser crucificado à sua independência. Tenho de lhe mostrar que tem de sair do enganoso mundo da autobondade. Tenho de lhe dizer que inexiste maneira de haver paz em sua vida a não ser através da rendição total ao Rei Jesus. Se agir de outra maneira, estarei enganando esse homem. E terei cometido o terrível pecado do pior tipo de orgulho: o terei contado entre os "convertidos" para eu ficar bem. Que isso nunca aconteça!
 
Como ministro do evangelho de Jesus Cristo, sou obrigado a dizer a Sua verdade a todo aquele que verdadeiramente se arrependa: "Você será odiado e perseguido a partir de agora".
 
Jesus Uma Vez se Dirigiu Aos Ligados a Ele Aqui Na Terra e Disse: "Não Pode o Mundo Odiar-vos" (João 7:7)
 
Com essas terríveis palavras, Jesus nos dá o teste do tornassol (que determina a acidez ou alcalinidade de uma solução química- NT) da igreja e do discípulo genuínos. Me pergunto a quantas igrejas e a quantos cristãos essas palavras poderiam ser aplicadas hoje: "Não pode o mundo odiar-vos".
 
Cristo está dizendo na essência: "Vocês trouxeram o mundo de tal maneira para dentro da igreja - vocês diluíram tanto o meu evangelho - que o mundo abraça vocês. Vocês se tornaram amigos para o mundo". Tiago nos dá advertência em sua epístola: "A amizade do mundo é inimiga de Deus...Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4).
 
É claro que Jesus era amigo dos políticos e pecadores. Mas também está escrito que era "separado dos pecadores" (Hebreus 7:26). Ele ministrou a eles, mesmo como submissão ao Pai. Como Ele, somos chamados a estarmos no mundo, mas não a sermos dele.
 
"Lembrai-vos da palavra que vos disse...Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros" (João 15:20). Você não precisa procurar a perseguição. Ela não virá devido à sua performance profissional, ou devido à sua raça, ou aparência. Não, ela virá simplesmente porque você tornou Cristo o seu Senhor.
 
Que Deus tenha misericórdia do cristão a quem o mundo não odeia. E que Deus ajude o político que se declare por Cristo; o mundo irá odiá-lo e satanizá-lo.
 
Agora quero lhe dar uma palavra de encorajamento. Ainda que o mundo odeie e persiga os reais discípulos de Cristo, encontramos um amor crescente e uma afeição piedosa entre os membros de Sua igreja. Em verdade, aquilo que faz com que o mundo nos odeie, leva nossos retos irmãos e irmãs a nos abraçarem muito mais.
 
Nos dias que virão, o amor na casa de Deus se tornará mais valioso. Seremos odiados pelo mundo todo, zombados pela mídia, ridicularizados pelo cinema, escarnecidos por companheiros, objetos de riso por parte da sociedade. Mas ao entrarmos na casa de Deus, estaremos entrando num lugar de amor incrível, amando-nos uns aos outros como Cristo nos ama.
 
Não importará que perseguição enfrentamos. Seremos recebidos com essas palavras: "Bem vindo, irmão; bem vinda, irmã. Aqui você é amado". Teremos uma retaguarda para prosseguirmos segundo o comando do Senhor, com o evangelho genuíno.

Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771, USA.

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