quinta-feira, 7 de março de 2013

Os cristãos irão dominar o mundo? controlar todas as esferas da sociedade? O que a Bíblia diz a respeito?

"Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui." (Jo 18:36)
 
Bem, falando sobre esse assunto, Sara Leslye, adverte: “Durante estes 2.000 anos de história do Cristianismo, tem existido sempre uma veia de Dominionismo, pulsando no coração das doutrinas. Isso parece ter diminuído e depois florescido, durante 20 séculos, apresentando-se, algumas vezes, submersa e, outras vezes, na superfície.

Sempre que ela emerge publicamente, tem causado tremendos abusos contra o Nome de Cristo. No início do século 21, novamente, esta veia está se apresentando, ativamente agressiva.

Tenhamos em mente que: o Dominionismo é sempre uma aberração à verdadeira Teologia de Jesus Cristo.”

Mas afinal de contas o que é dominionismo cristão?

Segundo essa definição “Trata-se de uma tendência entre alguns grupos de evangélicos conservadores que buscam influenciar ou “controlar o governo secular por meio de ações políticas e proféticas”. O objetivo é ter uma nação controlada por evangélicos ou dirigida por uma compreensão cristã.”
 
Seria algo similar a um sacrossanto império, ao invés de católico ele passaria a ser evangélico.

A antiga visão do mundo como um campo de batalha, onde cada cidadão do Reino é apenas um peregrino, e que a pátria do cristão está nos céus, perde sua força em meio a uma nova visão dos amantes da terra, que querem implantar e dominar o mundo.

Durante toda a historia da humanidade todas as tentativas, por mais seculares que sejam, não deu certo, e mesmo que um grupo de apóstolos que defendam a idéia de serem super-poderosos ou pequenos deuses, queiram implantar ou estabelecer uma utopia terrestre as custas de suas visões, isso não dará certo, trata-se apenas de uma miragem que muitos estão vendo diante desse mundo corrompido.

É irônico, mas enquanto se fala em transferência de riquezas, e os novos apóstolos preguem a prosperidade e afirmem que a pobreza é uma maldição e que o cristão tem que ser rico, Jesus fala sobre o reino de Deus numa perspectiva completamente diferente:

“não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso teosuro, ai estará o vosso coração (Mateus 6:19 a 31)“E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.” (Mt 19:24)

Irmãos, a Igreja de Jesus está para ser raptada da terra a qualquer momento, e jamais ocupará o lugar de destaque na terra sem a companhia do Noivo, como quer a "Nova Reforma Apostólica."

Enquanto a Igreja de Jesus estiver na terra, em corpos de carne, jamais alcançará destaque ou reconhecimento, como Cristo também não alcançou destaque ou reconhecimento durante seu ministério em Israel.

Mas todos sabemos que o diabo tentou seduzir Jesus Cristo mediante a oferta de poder, riquezas e glórias terrenas. E é exatamente esse tipo de ofertas que ele, satanás, continua fazendo aos seguidores de Jesus, oferecendo-lhes riquezas e glórias terrenas para que deixem de lado a Cruz.

O seguidor fiel sabe do peso da Cruz e de seu dever de carregá-la sempre, até o último instante de vida: E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. - Mateus 10:38.

Cristo não prometeu recompensas, reconhecimento ou glórias terrenas, mas satanás não pára de seduzir as almas que não aprofundam suas raízes no conhecimento das Escrituras Sagradas.
 
O Evangelho da Salvação ensina que esta acontece pela fé em Jesus Cristo e no Seu sangue derramado na cruz. A ênfase é colocada sobre o arrependimento e conversão das almas individuais.

O Reino de  Deus, nesta era da igreja, é espiritual e cresce pelo esforço do evangelismo embasado, exclusivamente, no ensino bíblico. O Reino de Cristo não é deste mundo (João 18:36) e o Seu governo espiritual é exercido nos corações (Lucas 17:20-31).

Além disso, o Reino de Deus só poderá ser realizado, na Terra, na Segunda Vinda de Cristo, quando Ele mesmo vai estabelecer o Seu Reino literal e físico.

“Cristo jamais pretendeu que o Seu Evangelho fosse pregado a fogo e espada, ou que Sua justiça fosse operada pela ira dos homens. Quando os altos louvores nos chegam aos lábios, junto com eles, deveríamos ter os ramos de oliveira da paz, em nossas mãos.

As vitórias de Cristo acontecem pelo poder do Seu Evangelho e Graça sobre os inimigos espirituais, através do qual todos os cristãos são mais que vencedores...
A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes (Hebreus 4:12) e a Espada do Espírito (Efésios 6:17)” (5). (Mathew Henry, “Circular 1700).

De modo geral, o movimento pretende assumir o controle do que chamam de “7 Pilares” ou “7 montes” da Sociedade:
 
1.  Governo & política;
2.  Exército;
3.  Mídia, artes & entretenimento;
4.  Economia & Negócios;
5.  Educação & ciência;
6.  Igreja & religião;
7.  Família.

O pilar do governo envolve a criação da união de nações cristãs. Uma vez que seus objetivos forem alcançados, o movimento apostólico acredita que abrirá o caminho para Jesus Cristo retornar e governar a Terra.
 
Esse cenário requereria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o controle sobre toda a humanidade, tomando controle do sistema jurídico. Isso requereria um governo mundial, controlado pela igreja, funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.
 
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou do Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda de Jesus Cristo, para tornar o mundo um lugar perfeito para o reinado dele.
 
A idéia de que Deus ordena aos cristãos que acumulem riquezas é a mesma que justificou a glória secular da igreja católica romana, com sua sede por poder secular, riquezas e posse material nos últimos 2 mil anos.
 
Jesus advertiu claramente que nos últimos dias da civilização se desenvolveria uma igreja que iria se gabar de ser rica, de crescer e de aumentar os membros, de ser auto-suficiente. 

Em outras palavras, uma igreja de grande influência, com visibilidade e força crescentes, que ao mesmo tempo se recusa a qualquer tipo de correção ou de exame minucioso.

Uma pessoa querida escreveu o seguinte: "Não estás percebendo, senhor, que o nosso próximo presidente será um homem que fala línguas, cheio do Espírito? Não sabes que todos estes grandes projetos arquitetônicos dos evangelistas são ordenados por Deus?

O Senhor está treinando líderes, levantando enormes projetos para que possam ganhar posições dentro do governo -- após haverem aprendido tudo a respeito das altas finanças e de construções.

A igreja vai assumir o controle do governo -- líderes cheios do Espírito vão produzir as leis, e vão acabar com o aborto, a pornografia e o crime. Deus levantou uma igreja poderosa para que ela possa assumir o controle agora".

O ponto principal no conceito de "Reino de Deus na terra" vem a ser o de um governo perfeitamente justo, que englobe todas as nações; governo sob o qual cesse toda injustiça, opressão e luta; os malefícios da pobreza deixem de ser conhecidos, e todos os homens vivam em paz e prosperidade como irmãos.

Esta igreja orgulhosa, rica e arrogante, agora ambiciona poder. Não o poder de Deus - mas o poder político. Ela ambiciona a Planalto, o congresso nacional e a Corte Suprema. 

Já que falhamos em produzir um reavivamento com arrependimento e mudança no coração dos homens como Jonas, vamos, de acordo com alguns, tomar as rédeas do governo e legislar com justiça.

Isto soa tão consagrado, tão espiritual, tão vital. Como Israel, muitos do povo de Deus clamam por um púlpito imperial -- com um líder espiritual que erradique o poder do mal entrincheirado, e legisle um novo sistema moral. O dedo dos profetas ameaçadores e dos vigilantes que vertem lágrimas, deverá ser substituído pela pena refinada dos congressistas cristãos que promulgarão leis morais.

Você consegue acreditar no que estão pregando agora? Estão dizendo: "Jesus não pode voltar enquanto não conquistarmos a terra. Ele não voltará enquanto não tivermos o domínio e O trouxermos a um mundo no qual tenhamos produzido submissão". Zombam da idéia de um retorno iminente e inesperado de Cristo. Jesus diz que é "mau" o "servo" que diz em seu coração: "Meu senhor demora-se" (Mat. 24:48).

Este tipo de ensino é um resultado direto do declínio espiritual, da tepidez e do enfado com o carregar da cruz. Quando o amor por Jesus está em chamas, há um desejo ardente pelo Seu breve retorno -- há um anseio "de estar com Ele, contemplar a Sua glória!". Mas agora, porque abunda o pecado, o amor de muitos se esfria; o auto-sacrifício e a auto-negação são repudiados; e a igreja se apressa em buscar a honra e o poder deste mundo.

Teria o Senhor ordenado à Sua igreja adiar a Sua vinda e no lugar disto levantar um reino terreno de justiça - ou o Senhor ordenou-nos que colocássemos óleo em nossas lâmpadas, despertos, e nos aprontássemos para o Seu retorno a qualquer momento? 

Deixe que a Palavra responda: "Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram" (Lucas 12:35,36). A seguir, Cristo acrescentou estas palavras: "Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes..." (Lucas 12:37).

A igreja de Laodicéia se auto-elegeu, sem nenhuma direção do Espírito Santo, não para iluminar o mundo, mas para o dominar. Ela se transformou na maior mestre de mentiras do universo. Está confiante em sua própria força e sabedoria, ao mesclar as falsidades do anticristo com a verdade do evangelho. Ela decidiu acabar com a grande distinção que Cristo colocou entre a igreja e o mundo.

Os apóstolos sempre distinguiram com clareza a obra sacerdotal atual do Senhor nos céus, que se iniciou em Sua ascensão, de Sua régia obra futura na terra. 

Foi ao Pai para ser feito o grande Sumo Sacerdote, intercedendo sempre no lugar santo supremo. Ao findar esta obra de intercessão, e ao ser a igreja, Seu corpo, reunida e tornada perfeita, aí e só aí Ele assentar-Se-ia no trono da Sua glória e iniciaria o Seu trabalho de Juiz e Rei (Mateus 25:31). 

Em Sua ascensão, Ele foi investido de toda autoridade, mas o exercício atual desta autoridade é providencial e invisível. Sua autoridade mesmo agora é suprema - apesar de o mundo ainda não tê-lO conhecido e reconhecido como Rei. 

A esfera de Seu governo visível é agora a própria igreja, onde a Sua vontade é tornada conhecida pelo Espírito na escolha dos ministros, e em toda a sua administração.
 
Só ao retornar e ao assumir o controle do reino é que o Seu governo sobre as nações será revelado, e todos os líderes O reconhecerão como sendo a fonte de toda a sua autoridade. Aí então Ele "assume o Seu grande poder e reina". 

Até que chegue este tempo, a igreja precisa estar no mundo como Ele esteve, tendo as suas reivindicações não reconhecidas, rejeitadas, e expostas à inimizade e à censura. Só quando Ele adentrar o Seu escritório real é que a igreja poderá reinar com Ele.
 
Este é o conceito apostólico do reino de Cristo. Difere muito dos que ensinam que Cristo comissionou a igreja para administrar o reino na Sua ausência, e levar todas as nações à obediência -- e fazê-lO retornar como Rei a um mundo onde os inimigos já estão todos postos sob os Seus pés. 

Ensinam que Cristo só voltará depois que todas as nações crerem nEle e que a justiça e a paz encherem toda a terra. Esta é uma divergência radical do que os apóstolos ensinaram.
 
Roma desenvolveu esta doutrina do domínio há alguns séculos atrás. Ela foi formulada por Agostinho em sua "Cidade de Deus". A igreja então reivindicou governar em nome de Cristo na ausência dEle. Completaram o ensino chegando à sua conclusão lógica declarando a supremacia absoluta do seu bispo -- o Papa.

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