Uma querida senhora cristã escreveu ao nosso ministério dizendo: “No domingo passado o nosso pastor pediu testemunhos do que Deus havia feito durante a semana. O seu próprio filho de cinco anos se levantou e disse: ‘Tive um sonho ontem à noite. Jesus me disse que em breve voltará”’. O Espírito Santo usou aquela criança para lembrar o povo de Deus quanto a uma verdade gloriosa.
É triste, mas a geração atual sabe menos sobre a volta de Cristo que
qualquer outra geração passada. A vinda de Jesus raramente é pregada nas
igrejas de todos os lugares. Em verdade, multidões de pessoas que
chamam a si próprias de cristãs não querem ouvir deste assunto. Por que?
A vida está boa para a maioria das pessoas, incluindo os cristãos, e o
interesse está em saber como fazer para que as coisas boas continuem
assim. Como a mulher de Ló, muitos estão possuídos por suas posses.
Ficaram viciados nas coisas deste mundo - e em suas cabeças a vinda de
Jesus seria um tipo de ruptura.
Já ouvi freqüentadores de igreja zombando da possibilidade da volta
de Jesus “a qualquer momento”. Escarnecem da idéia de Ele poder vir em
breve. Na verdade há uma doutrina que declara que o nosso Senhor não
voltará nos próximos milhares de anos. A idéia é a de que à igreja será
concedido todo este tempo para evangelizar o mundo e estabelecer uma
nova ordem, antes que Cristo volte para reinar como rei.
O apóstolo Pedro se direciona a estas coisas dizendo, “Nos últimos
dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as
próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque,
desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o
princípio da criação” (2 Pedro 3:3-4).
Pedro traz uma palavra aguda a todos os que deliberadamente se
mostram ignorantes: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no
qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se
desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão
atingidas” (3:10).
Além disso, Pedro nos diz que há um motivo pelo qual Jesus ainda não
retornou. Ele registra, “Não retarda o Senhor a sua promessa, como
alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo... não
querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (3:9). O nosso Senhor tem abundância de paciência com os ímpios.
Pessoalmente, me surpreendo com a paciência que Deus tem conosco
nessa geração. A decadência moral desenfreada se torna dolorosa até
mesmo para os observadores seculares. Mesmo tentando deixar a
consciência limpa, a mente fica saturada com notícias das coisas ruins
acontecendo todo dia. Algumas são tão vis quanto incompreensíveis:
assassinatos nas escolas, estupros, abuso infantil, homossexualismo
militante, atrocidades que não se consegue comentar.
Muitas vezes os nossos corações clamam, “Senhor, quando se fará
justiça? Quando irás levar os malfeitores à condenação?”. Nos
perguntamos porque Deus espera tanto tempo para tratar com a impiedade
indescritível tão desenfreada de hoje. E visualizamos a cena quando os
malfeitores finalmente se ajoelharão diante do Senhor, confrontando-se
com a Sua santidade.
Mas Pedro diz que Jesus não está se concentrando em julgar nesse
momento nem mesmo maior dos pecadores. Antes, o nosso Senhor está
preocupado com a misericórdia. Ele é longânimo com o pior dos
malfeitores. E está aguardando para mostrar misericórdia a todo pecador
que não expressa arrependimento, desejando-o e buscando-o.
“Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os
céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se
derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e
nova terra, nos quais habita justiça. Por essa razão, pois, amados,
esperando estas cousas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz,
sem mácula e irrepreensíveis” (3:11-14 – itálicos meus).
Podemos passar os nossos dias preocupados com os sinais dos tempos,
no Oriente Médio ou em algum outro lugar. Mas Deus diz, “Olhe para
dentro do teu próprio coração. Assegure-se de estar sendo diligente em
guardar a Minha palavra”. Paulo acrescenta, “Cada um de nós dará contas
de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12). Ele então adverte a não
julgarmos o próximo, e a termos cuidado para não nos tornarmos pedra de
tropeço a um irmão, levando-o a cair.
Podemos ter certeza de que Deus julgará os ímpios. Não há o que
discutir quanto ao acerto de contas. Quando chegar essa hora, todos os
zombadores, os que odeiam Deus, os ímpios - serão chamados a prestar
contas. Os livros serão abertos, e todo ato vil será manifesto,
revelando tudo que tais malfeitores cometeram contra a autoridade de
Deus. Os seus atos serão julgados com severidade, e tais corruptos serão
lançados da presença de Deus eternamente.
Jesus assegurou aos discípulos, “Não fará Deus justiça aos seus
escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em
defendê-los?” (Lucas 18:7). Ele estava dizendo, “Sim, Deus um
dia vai tratar com os que zombaram, perseguiram, aprisionaram e mataram
os Seu povo. O choro da igreja perseguida foi ouvido. E Ele os vingará
rapidamente”. Mas, então Jesus diz exatamente no verso seguinte,
“Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na
terra?” (18:8).
A pergunta de Cristo ao fim dessa passagem revela a maior preocupação
dEle. Está dizendo, “Quando Eu retornar, estarei buscando um povo que
acreditou em Minha promessa de voltar para eles. A pergunta é, será que
tais pessoas estarão prontas e esperando por Mim? Estarão livres deste
mundo, desejando ardentemente que Eu os leve ao lar como Minha noiva?
Estarão imaculados, ou manchados pelo espírito do século? Será que
chegarei para achá-los gritando, ‘Venha, Senhor Jesus?’”. “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24:36)
Jesus continua essa afirmação com uma palavra qualificativa: “Pois...” (24:37).
Ele prossegue para descrever como será a conduta prevalente da
humanidade quando do Seu retorno. Ele não nos deu a data da Sua vinda,
mas efetivamente nos diz como será a sociedade de então.
Ele a seguir traz algo das escrituras: “Porquanto, assim como nos
dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam,
senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a
vinda do Filho do homem” (24:38-39). Jesus também menciona o
tempo de Ló: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam,
compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu
de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu todos. Assim será no
dia em que o Filho do homem se manifestar” (Lucas 17:28-30).
Note que Jesus não menciona sequer um pecado nestas descrições. Todos
sabemos que não é pecado comer ou beber as bebidas apropriadas, noivar
ou se casar. Nem é pecado comprar, vender, plantar ou construir. Não há
nada errado com nenhuma destas coisas. Na verdade, o Senhor instrui que
nos ocupemos enquanto O aguardamos. Então Jesus não está condenando
estas coisas; pelo contrário, está nos mostrando os acontecimentos de
todo dia, como a dizer, “É assim que a vida será quando Eu voltar. Será
como qualquer outro dia, quando ninguém espera que algo vá acontecer”.
Certamente sabemos que tanto a sociedade de Noé quanto a de Ló foram
destruídas pelo julgamento de Deus. Então, o que Jesus está dizendo em
relação a estas cenas comuns? Em termos simples, Ele descreve as pessoas
que haviam resolvido rejeitar os avisos de Deus quanto a um julgamento.
Lembre-se, Noé profetizou, pregou à sua sociedade por 120 anos,
prevenindo que uma total destruição estava chegando. Mas, como as
escrituras dizem, “Quando os crimes não são castigados logo, o coração
do homem se enche de planos para fazer o mal” (Eclesiastes 8:11).
É exatamente isso que está acontecendo em nossa sociedade atualmente.
Tem ocorrido um frenesi de compras e vendas, de comida e bebida, de
plantar e construir. As multidões estão obcecadas com ganho pessoal, e
rejeitam qualquer mensagem que possa prejudicar tais buscas. Mesmo vozes
seculares que previnem quanto a um desastre financeiro vindouro são
ignoradas na maioria.
Uma piedosa senhora cristã me escreveu contando de uma conversa que
teve com idosa senhora judia. Essa sobrevivente do Holocausto lhe disse,
“O que está acontecendo nos Estados Unidos agora me lembra o que
aconteceu na Alemanha durante a subida de Hitler ao poder. Todos os
avisos e advertências foram ignorados. As observações anti-semitas de
Hitler foram subestimadas. Eu era apenas uma criança, mas ainda me
lembro das festas gigantescas que entravam noite a fora mesmo após
Hitler ter começado a prender os judeus, e a mandá-los para as câmaras
de gás. Me lembro de os judeus mais velhos dizendo, ‘Isso não pode
acontecer aqui, não numa sociedade educada e civilizada como a
Alemanha’. Eles então dançavam a noite toda, os homens em seus smokings,
e as mulheres em seus caros vestidos de coquetel. Apenas algumas
semanas após, estas mesmas pessoas estavam sendo jogadas nos vagões como
gado, indo para os campos de concentração. Elas achavam que os bons
tempos e a prosperidade iriam durar para sempre. Mas logo sentiram o
choque, dizendo, ‘Há poucas semanas a gente estava dançando e bebendo. O
que aconteceu? Como uma coisa assim foi acontecer conosco tão de
repente?”.
O grito de alerta outra vez é enviado à igreja do Senhor: “Jesus está
voltando! O Noivo está a caminho. Adorne-se, e se prepare para sair a
encontrá-Lo. Olhe para o alto, pois a redenção está próxima!”. Mas mesmo
assim, Jesus previne que as pessoas irão ignorar o chamado. Será como
nos dias de Noé e de Ló, com as pessoas cuidando de seus negócios, sem
pensar em Sua vinda, ignorando os sinais proféticos. E esse é o próprio
sinal de Sua vinda: veremos uma apatia premeditada.
“Naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o
outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a
outra. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado” (Lucas 17:34-36).
Os discípulos de Jesus perguntaram, “Para onde estas pessoas serão
levadas?”. Ele respondeu, “Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também
as águias” (17:37). Ele estava dizendo, “Eu sou o cabeça do corpo. E a cabeça irá ser unida ao corpo”.
Alguns estudiosos dizem que as pessoas que forem levadas para cima
são pecadores sendo carregados para julgamento. Mas as escrituras
sugerem diferente. Isaías fala de águias em referência à igreja: “Mas os
que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como
águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:31). Também, Deus disse a Israel, “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim” (Êxodo 19:4).
Em Mateus, Jesus fala dos eleitos sendo levados por Deus: “E ele
enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão
os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos
céus” (Mateus 24:31). Paulo deixa isso claro, declarando:
“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do
arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro
do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (I Tess. 4:16-18).
Tão dramático quanto este grande evento possa ser, o que Jesus quis
mostrar é que isso acontecerá num dia comum. Será como nos passados dias
de julgamento, nas sociedades de Noé e de Ló - homens e mulheres
estarão em seu trabalho, tendo sua vida habitual. Então tudo acontecerá
subitamente, em um simples instante. Paulo diz: “Transformados seremos
todos, num momento, num abrir e fechar d’olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados” (I Coríntios 15:51-52).
Será um dia como qualquer outro. A humanidade toda estará desatenta,
mas então, em um só instante, Cristo irá reunir a Sua noiva.
Eu nunca faria algo que levasse um crente a duvidar quanto a estar
preparado. A maioria das pessoas lendo essa mensagem pode provavelmente
dizer, “Sim, estou preparado. Me arrependi, confessei os meus pecados, e
estou perdoado. Coloquei a minha confiança na justiça e retidão de
Jesus. E se Ele voltar nesse momento, sei que não haverá condenação para
mim. Sei em quem tenho crido. Estou certo que sou dEle”. Eu diria o
mesmo quanto a mim.
Ainda assim relendo as advertências de Cristo encontrei algo que não consigo tirar da mente. Jesus ordena, “Portanto, vigiai” (Mateus 24:42); e então diz, “Mas considerai isto” (24:43).
Em outras palavras, “Se você estiver preparado – se estiver vigilante,
como Eu quero que fiques – então há algo que você precisa saber”.
Jesus então descreve um homem que achou estar preparado mas não estava. A casa desse homem foi “arrombada” (24:43). A seguir, Jesus descreve uma pessoa que estava verdadeiramente preparada (24:45-47). Finalmente, dá um terrível recado sobre os maus servos que serão lançados a um inferno de hipócritas (24:48-51).
O servo que está verdadeiramente preparado é assemelhado ao chefe de
família que providencia sustento e alimento para os seus. “Quem é, pois,
o servo fiel e sensato, a quem seu senhor encarrega dos de sua casa
para lhes dar alimento no tempo devido?” (24:45). Jesus nos diz que a recompensa de tal servo é ser feito encarregado de administrar os bens do seu Senhor (v.24:47). Evidentemente, o “dar alimento no tempo devido” por parte do servo é de grande importância.
Quem são os encarregados sobre os conservos de sua casa, aos quais
Jesus se refere aqui? Isso fala de pais. Também inclui pastores, que se
encarregam da “família de Deus” (Efésios 2:19). Então, como um
pai oferece “alimento no tempo devido”? Em termos bíblicos, alimento
representa a Palavra de Deus. O significado em grego aqui também sugere
“nutriente, nutrição”, da raiz gramática querendo dizer “criação,
educação”. A seguir, a frase “no tempo devido” quer dizer “na hora
certa”. Cristo está dizendo, “Benditos os pais que nutrem seus filhos
com a Palavra de Deus. Os criam com a admoestação bíblica enquanto há
tempo, antes que seja tarde demais”.
Igrejas americanas enviam missionários a todo o mundo para alcançar
os não salvos. Enquanto isso, estão perdendo uma geração inteira de
jovens, e Deus irá nos ter como responsáveis. Quando Jesus diz, “Dê-lhes
alimento”, está dizendo, “Prenda-se à Palavra”. Em outros termos, “Não
faça concessões nem contemporize com Meus mandamentos santos. Não deixe
que o teu jovem lhe intimide para torcer a verdade. Prometo honrar
aquele que honrar a Minha Palavra”.
Que Deus possa dizer de todo pai cristão de hoje o que disse de
Abraão: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus
filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor” (Gênesis 18:19). Tais pais serão feitos encarregados, administradores e governadores dos bens do seu Senhor.
As palavras de Jesus aqui também se aplicam aos ministros da família
da fé. Como os pais, os pastores na casa de Deus têm de nutrir seu
rebanho com alimento - carne e não só leite. Eles devem educar a sua
congregação de fiéis no temor e na admoestação de Deus, chamando-os à
plena maturidade em Cristo. Jesus fala o seguinte quanto aos que fazem
isso fielmente: “Bendito o pastor que, quando Eu voltar, for achado
nutrindo a Minha casa. Ele os alimenta com a doutrina pura da Minha
Palavra. Digo a estes pastores: quando voltar, Eu lhes tornarei
governantes sobre Meus bens. E tais bens incluem tudo que o Pai Me deu”.
Quando Jesus vier, Ele reunirá junto a Si todo piedoso pastor cuja
única programação tenha sido cuidar das almas confiadas aos seus
cuidados. Estes pastores não lideraram suas ovelhas para enriquecer.
Eles não construíram seus próprios sonhos às custas dos pobres, das
viúvas, dos órfãos. Não, tais pastores se levantaram no púlpito em temor
e tremor, sabendo que tinham de responder diante de um Deus santo. A
cada um destes pastores, Cristo confiará todos os Seus bens, e os
tornará governantes sobre tudo que Ele tem.
Quando Jesus usa a frase, “Mas considerai isto”, está nos dizendo,
“Não ouse ignorar essa palavra”. A seguir Ele oferece a seguinte
declaração: “Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu
senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e
beber com ébrios...” (Mateus 24:48-49).
Lucas 12 identifica esse servo como sendo o mesmo que, certa vez,
fielmente serviu “o sustento a seu tempo”. Tal servo começou certo. Ele
estava destinado a ser recompensado como guardador dos bens do Senhor;
mas agora mudou dramaticamente. É achado espancando os que o cercam, e
se embebedando com os ébrios.
O que aconteceu? Algo ocupou espaço no coração deste servo – uma
transformação talvez não visível, mas que afetou sua atitude. Que
transformação foi essa? Jesus nos diz: “Aquele servo, sendo mau...”
disse “...consigo mesmo: Meu senhor demora-se” (24:48).
A palavra em grego nessa passagem para “espancar” sugere golpear
repetidamente. Em outras palavras, esse servo agora caiu na hipocrisia.
Eu o vejo como uma pessoa que provoca a esposa, xinga à vontade, ouve
piadas sujas, mexericos. Como ele chegou a este ponto? Ele se convenceu
de que o seu senhor não voltará a qualquer momento. Quando diz consigo
mesmo “Meu senhor”, está falando de um senhor inteiramente diferente -
não do seu reto senhor. Ele concebeu um Jesus criado por si próprio, um
Cristo de um outro evangelho.
Tal servo não prega a sua nova atitude; pelo contrário, a mudança
teve lugar em seu pensamento; ele não tem de irradiar a convicção de que
o senhor está demorando. Ele simplesmente vive tal idéia. E isso faz
toda a diferença.
Pense um pouco: você já se perguntou por que tantas igrejas
atualmente estão tão cheias de pessoas despreparadas, complacentes,
entregues aos prazeres? Já se perguntou por que tantos casais cristãos
se divorciam à menor provocação? Não é porque seus pastores estejam lhes
ensinando assim; não, é porque muitos pastores não acreditam que Cristo
retorne em sua geração. Em algumas igrejas, se você se levantar e
pregar Mateus 24;44 – algo como “Prepare-se, pois Jesus pode voltar a
qualquer momento” – o pastor se sentirá ofendido. Os demais simplesmente
sentirão o mesmo.
Como foi que o mau servo foi “beber com ébrios”? Jesus aqui não está
simplesmente falando do álcool. A Bíblia menciona várias maneiras de se
ficar ébrio: com fúria, com amargura, com sede de sangue. O principal
álcool de nossa sociedade – o sedativo do qual a maioria das pessoas
bebe hoje em dia – é a prosperidade. E os cristãos se entregam
livremente a essa bebida.
Jesus está nos prevenindo, “O quê acontece uma vez a prosperidade
tendo lhe agarrado com suas garras? O teu coração se torna amarrado aos
bens materiais. De repente, você perde a consciência da Minha volta. A
tua vida fica sem controle, pois você deixa de ter um norte moral - e
começa a golpear, a fazer tudo que pode para obter o que deseja. Você
fica embriagado, embrutecido pela prosperidade”.
Note o julgamento que Jesus descreve para tais hipócritas: “Virá o
senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e
castiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e
ranger de dentes” (24:50-51).
Vou lhe perguntar mais uma vez: você está pronto? Começou a amar a
idéia do aparecimento de Cristo? Paulo diz: “Já agora a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:8 – itálicos meus). Tiago igualmente insiste: “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5:8). “(Cristo) aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hebreus 9:28).
Finalmente, Paulo escreve, “Porquanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a
impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata,
justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da
glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo
se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para
si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. Dize estas
cousas; exorta e repreende também com toda a autoridade” (Tito: 2:11-15).
Oro para me tornar o tipo de pastor que Paulo descreve. Sim, estou
esperando pela volta do meu Mestre. E, como o apóstolo, posso dizer com
confiança, “Tenho uma coroa esperando por mim, pois eu amo a Sua vinda.
Estou pronto. Vem, Senhor Jesus”.
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