Observe sua vida e sua doutrina com
cautela. Porque, amigos, se nossas igrejas são caracterizadas por um
viver errado, isso pode ser tão condenável quanto ensino errado. Aqueles
que ouvem o Evangelho também observam como vivemos.
Deixe-me compartilhar três erros comuns.
De novo, conforme eu olho para o Novo Testamento, eu vi algo que ameaça
a saúde espiritual congregação que atormentou a igreja primitiva, e
penso que nos atormenta hoje também.
Número 1: É um erro apresentar uma igreja sem santidade.
Apresentar uma igreja sem santidade. A
falta de santidade pode florescer em algumas igrejas conforme os
pastores ignorantemente evitam ensinar sobre o pecado, temendo que isso
enfraqueça a graça. Estou ansioso pela mensagem que Kevin DeYoung trará
nesta conferência. A falta de santidade pode florescer numa igreja sem
prestação de conta. Igrejas que são edificadas na base de uma cultura de
individualismo e comprometimento para com a privacidade. Mas no Novo
Testamento, está claro que a vida cristã é apresentada como sendo
motivada por um amor a Deus que é contrário ao amor a este mundo.
Novamente, pregue em 1 João sobre este
ponto. É muito útil. Ou Hebreus 12:14: Sem santidade, ninguém verá o
Senhor. Amigos, quão tentador é para nós fazer outra coisa. Mas foi por
isso que o Senhor nos deixou coisas como em Gálatas 5, as obras da carne
e o fruto do Espírito, para tomar estas coisas e examinar nossas
próprias vidas, e considerar ensinar a nossos membros o que significa
viver como um cristão. Isso é, em última instância, o motivo de termos
uma igreja local; para nos acordar do autoengano, quando seríamos
confundidos. Se fôssemos deixados à nossa preguiça espiritual seríamos
vencidos para sempre. Quão tentador é apresentar a igreja como apoiadora
e tolerante com todos os pecados, mesmo aqueles que as pessoas não se
arrependem a respeito. Mas a verdade é que há uma maravilhosa, bela e
saudável liberdade na santidade. Conforme Deus nos dá o novo nascimento,
seu Espírito nos ajuda a viver vidas que fomos, literalmente, feitos
para viver.
Tivemos 5 testemunhos aqui somente hoje
sobre como o Espírito Santo entrou e salvou tantas pessoas. E em cada
uma dessas vidas, começando a refazê-los como eles foram criados para
ser. Imagine não apenas um indivíduo, mas uma comunidade inteira na qual
começamos a refletir o caráter de Deus cada vez mais, e nossa mudança
cada vez mais profunda à sua semelhança. Você vê quão poderoso é este
testemunho? Quão poderoso é o encorajamento em nossas próprias vidas.
Então é um erro apresentar uma igreja sem santidade. Admitir o
mundanismo.
Número 2: Também é um erro apresentar uma igreja sem sofrimento.
Uma igreja sem sofrimento. Esta é uma
tentação para todos nós. Se dependesse de nós, todos evitaríamos a
pobreza e a doença. E alguns dizem que evitar pobreza e doença são bons
objetivos para nossas vidas e nossos trabalhos, mas não como objetivos
finais. Tais objetivos são pequenos demais para o cristianismo bíblico. E
se admitimos que estes são os nossos objetivos, e se é isso que
ensinamos e pastoreamos praticamente em nossas EBDs, e nossas igrejas,
então induziremos outros ao erro sobre aquilo do que Cristo nos salvou.
Ele nos salva de falência e morte finais, isso é verdade. Mas não
necessariamente do sofrimento neste mundo, de fato, o cristianismo
verdadeiro nos chamará para o sofrimento.
C.J. estava falando disso mais cedo em 2
Coríntios 4, sobre alguns pregadores que estão morrendo. Você percebe
que pregadores de saúde e prosperidade são falsos mestres? Precisamos
ser claros nisso em nossa pregação! Também precisamos perguntar a nós
mesmos: “Nós fazemos versões mais amenas da mesma coisa?” Na maneira
pela qual apresentamos as coisas. Você pensa que uma igreja saudável é
uma espécie de triunfalismo consciente em tudo, desde nossos sorrisos
até nossa música? Tudo isso deve preencher a atmosfera de nossa reunião.
Como Carl Trueman, em seu excelente artigo, há alguns anos trás, “O que
cristãos tristes cantam?” E se eu chegar na igreja no domingo e acabo
de ter uma briga terrível com minha esposa? Ou acabo de perder o
emprego? Vejo que muitos dos salmos são lamentações. Não é que eu não
tenha fé, não é que eu não creia em Deus, mas e se eu estou ferido?
Se os cultos que temos na igreja
tivessem qualquer espaço para reflexão silenciosa e séria, aqueles de
nós que comparecem todos os domingos que estão feridos, como podemos
guiá-los à esperança? Ou os pressionamos dizendo que eles têm de ter
felicidade imediata para ambientar-se quando entram pela porta?
Você tem pregado em 1 Pedro ultimamente?
Eu amo esse livrinho. O capítulo 2 nos diz que Cristo sofreu
deixando-lhe um exemplo e você deveria seguir seus passos. O capítulo 3
nos diz que é melhor sofrermos por fazer o bem do que o mal. Capítulo 4:
Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas louve a Deus por
carregar este nome. Os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a
sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.
Amigos, nós tivemos o privilégio de
termos muitos não-cristãos em nossos cultos ao longo dos anos. Pude
falar com muitos deles antes de partirem. Uma coisa que ouço às vezes é a
apreciação deles por nossa igreja parecer abordar tópicos de maneira
séria. Que nós queremos engajar com eles. E muito frequentemente eles
sentem, e só estou contando coisas que eles me disseram, que em igrejas
evangélicas é necessário fazer parte de um “clube feliz” para se
aproximar. Ninguém os ouve seriamente e de maneira empática para saber o
que estão sentindo. Penso que nossa igreja deve ter muito espaço para a
alegria. Temos esperança em Jesus Cristo. Temos isso no contexto de
ouvir onde as pessoas estão, e entendê-las e ministrar-lhes o Evangelho.
Então, será a vontade de Deus que todos
nós soframos? Bem, se você quer reunir muitos cristãos falsos em sua
igreja, apenas diga a eles que há um dom gratuito que não requer nenhum
sacrifício próprio, e que a dificuldade de carregar a cruz é apenas para
aqueles super-santos que escolhem “extra-grande” quando pedem suas
“refeições espirituais”. A verdade, contudo, é: sem cruz, sem coroa. Sem
cruz, sem coroa. Jesus nos ensinou que neste mundo teríamos aflições.
Ele disse àqueles que estavam considerando segui-lo: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga.”
Amigos, que maravilhosa realidade pode
ser encontrada em nossas igrejas, que verdade e que bondade, quando
francamente e realisticamente reconhecemos a queda e as trevas de nossos
próprios corações, não apenas do mundo lá fora, mas de nossos próprios
corações, e do mundo em que vivemos, e nos opomos a essas trevas com a
força de Deus e em confiança.
Também temos de dizer que há um erro número 3:Apresentar uma igreja sem amor.
Uma igreja sem amor. Sabe o que quero
dizer? Vamos dizer que você está buscando santidade. Você quer se
comportar diferentemente do mundo de uma maneira piedosa. E você está
tranquilo com o negócio do sofrimento. Você tranquilamente derrubou a
ideia do determinismo. Você é são doutrinariamente, você é ortodoxo.
Você tem uma disposição para sofrer. Mas, amigo, se amor não marca a
igreja, então ela pode até atrair “espirituais por esporte”, pode atrair
pessoas que gostam de teologia, que gostam de brincar com ideias
religiosas, mas não se incomodam em amar a outros.
Frequentemente digo isso em nossa classe
de novos membros, que visto que eu prego sermões de aproximadamente 1
hora em nossa igreja, e espero que seja curto assim hoje à noite, temos o
tipo de igreja onde muitas vêm pessoas que leem livros dos puritanos, e
pesados livros de teologia, leem John Piper, esse tipo de coisa o tempo
todo. E tive a oportunidade, muitas vezes, de dizer a jovens homens que
leem esses livros que se você não está disposto a acordar uma hora mais
cedo no domingo para dar uma carona para a igreja a um homem de 90 anos
de idade, eu não sei se você conhece a Jesus. Não sei se você é sequer
cristão.
Eu entendo que você gosta de
conhecimento teológico, mas até demônios creem e tremem. Demônios ganham
nota máxima em qualquer prova de seminário. Certo? Claro que ganham.
Eles ganhariam uma nota melhor do que qualquer um de nós no seminário.
Mas se não há uma fé viva, isso tipifica o não-regenerado. Não há o amor
que é a marca daquele que verdadeiramente se reconhece como objetos da
amável misericórdia de Deus.
1 João ensina que se andarmos na luz,
temos comunhão uns com os outros. É por isso que ele escreve que
qualquer um que diz estar na luz, mas odeia seu irmão, ainda está em
trevas. Em 1 João 3 encontramos a marca daqueles que são verdadeiramente
convertidos: “Sabemos que já passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” “Aquele que
não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”
Amigos, se vocês experimentaram a vida
em uma congregação cristã que é cheia de amor, onde se toma a iniciativa
de cuidar do outro, e tristezas têm empatia, e as refeições são
cozinhadas, e caronas são dadas, e ofensas são esquecidas, e afeições
apropriadas são expressadas, ajuda é oferecida, perdão é estendido e
alegria é compartilhada livremente… Amigos, oro para que esta seja a
experiência de cada um de nós aqui. Imperfeitamente, sim, mas real em
nossa igreja local. Uma das mais graves necessidades que nosso mundo tem
são de igrejas cheias de cristãos verdadeiros que são de fato
comprometidos uns com os outros, e com os de fora, em amor. O mundo
celebra imitações baratas e rendições parciais desse amor. Experimentar o
amor real, com autoridade, bondade e habilidade de corrigir,
auto-sacrifício, sabedoria, experimentar esse tipo de amor é
estimulante. Até chocante. Sim, muitos são repelidos, mas também é
verdade que, pela graça de Deus, muitos serão atraídos por esta mensagem
do dedicado amor de Deus em Cristo.
http://voltemosaoevangelho.com
Por Mark Dever. © T4G | Together for the Gospel. Todos os direitos reservados. Original: False Conversions: The Suicide of the Church (Session III)
Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel – Editora Fiel © Todos os direitos reservados. Website: blogfiel.com.br. Original: Falsos Convertidos: Um Produto de uma Igreja sem Vida
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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